• Posted by : Testarossa segunda-feira, 25 de julho de 2022

     


    A estrutura dos episódios de Tokyo Mew Mew New tem sido bem interessantes. Normalmente em um mahou shoujo de times, imagina-se que no episódio de introdução de uma nova personagem para a equipe tenha-se total foco nessa personagem em questão. Em Tokyo Mew Mew New, no entanto, esses episódios estão sendo mais completos, progredindo a trama, introduzindo a nova personagem e também desenvolvendo a protagonista e seu relacionamento amoroso. O melhor de tudo é que isso está sendo feito de uma forma relativamente convincente. O episódio da Lettuce foi muito bem estruturado, mas nesse episódio 3 o roteiro ficou um pouco mais desequilibrado. A Bu-Ling não teve tanto tempo de tela, esse que foi mais dedicado ao encontro da Ichigo com o Masaya. Entretanto, sua participação foi efetiva o bastante para ela não passar despercebida.


    Antes da Bu-Ling entrar em cena, tivemos um forte progresso no romance da obra. É legal ver o Masaya aos poucos desenvolvendo um sentimento pela Ichigo que até então ele não sabia que tinha e isso fica bem evidente tanto nas suas ações quanto nas suas expressões, que o tornam um personagem bem mais emotivo do que ele aparentava ser no primeiro episódio. Detalhes que dá para se elogiar é como o nervosismo dele é demonstrado em duas cenas: Sabemos que ele é um aficionado por animais e pela natureza, mas no começo do encontro ele simplesmente não parece conseguir prestar muita atenção nos bichos ou soltar algum infodump previsível. Isso só vem depois que ele entende melhor como ele mesmo está se sentindo e põe isso para fora, quando comenta sobre os gatos. Tudo bem que nesse meio tempo ele demonstrou alguns alertas vermelhos que deixaria qualquer garota de cabelo em pé, mas não tem nada mais juvenil do que ser emocionalmente confuso e acabar tendo algum comportamento inadequado. 


    A entrada da Bu-Ling bem na hora que pintava um clima é um clichê mais antigo que andar para frente, mas diferente do que eu senti quando li o mangá, a presença da personagem da Bu-Ling tomou conta completamente do humor do episódio. É uma figura naturalmente engraçada, ao menos eu me peguei rindo em cada cena dela, sobretudo por ela ter essa aura de personagem cômico de anime dos anos 90 que já quase não se vê mais hoje em dia. Sua natureza circense e o DNA de mico-leão-dourado casam muito bem com a sua personalidade, tornando sua construção de personagem como um todo mais harmônica que a das outras meninas. Por outro lado, diferente da Lettuce que tem todo um desenvolvimento de profundidade na sua trama, a Bu-Ling acaba só tendo a oferecer o seu humor, que faz a personagem ser muito dependente do espectador gostar ou não do tipo de comédia que ela oferece. 


    Em todo caso, nesse episódio deu muito certo. Principalmente com a entrada de um novo vilão, o Kish. Um dos clichês de shoujo que pior envelheceram de todos sem dúvidas é o do beijo forçado, eu lembro que quando eu li essa parte no mangá eu só queria passar logo para o próximo capítulo. Mas como eu sempre digo, a execução impacta mais do que a ideia em si e, nesse novo anime, toda essa circunstância me pareceu ser abordada de uma forma mais palatável que no original. Principalmente porque a Bu-Ling serviu como um contrapeso na balança, evitando que seu humor se perdesse no limbo. 


    Como eu falei antes, a Bu-Ling é uma personagem muito mais harmônica que as outras e isso é notável na sua ótima cena de transformação. Inspirada tanto em cenários chineses quanto no protagonista da clássica novela Jornada Ao Oeste, Sun Wukong, a Bu-Ling se apresenta como alguém muito mais contextualizada do que se imagina. Toda a sua concepção a leva para essa figura brincalhona que, na maior parte do tempo, mantém essa postura até mesmo em situações adversas. Tudo bem que até agora a Mint não teve absolutamente nenhum destaque no anime e acaba ficando um passo atrás, mas fora ela, todas as outras três Mew Mews ressoam muito bem umas com as outras. O Café agora sem dúvidas ficará bem mais agitado. 


    No final, tudo o que eu falei do Masaya ganha um capítulo extra quando ele se reúne com a Ichigo após toda a confusão no zoológico. Uma das mudanças do original para essa nova adaptação que mais está me chamando a atenção é como estão tornando o Masaya um personagem mais emotivo, o que torna a relação dele com a Ichigo mais interessante. E ver o cara quase aos prantos de preocupação com ela dá uma credibilidade para os sentimentos dele que faz as suas ações, boas e ruins, serem muito mais coesas. No mais, mais um episódio de apresentação bem legal. O ritmo do anime até aqui está bem confortável, já teremos mais uma apresentação no próximo episódio e é a partir daí que veremos como o anime irá se comportar. São só 12 episódio e já estamos chegando em 1/3 dele, falta muito chão pela frente e seria decepcionante se o episódio 12 fosse realmente o final. Saraba Da!

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