• Posted by : Testarossa sexta-feira, 2 de setembro de 2022


    Quando ainda estávamos lá no episódio 2, Tokyo Mew Mew New demonstrou ter um bom potencial para passar mensagens interessantes adiante com o episódio de introdução da Lettuce. Isso porque, enquanto todas as outras quatro personagens principais são personalidades mais exageradas, a Lettuce não só era mais pé no chão, como sua trama era mais palpável, com todas as dificuldades sociais que ela vivia. Esse episódio 8 é praticamente uma continuação daquele episódio, onde acompanhamos uma Lettuce que evoluiu bastante de lá para cá, mas que esbarra em um grande problema oriundo do que ela já havia vivido no passado: A baixa autoestima. 


    Olhando para suas amigas, é natural que a Lettuce as veja como destaques, cheio de qualidades e/ou características especiais que as tornam únicas. é como eu disse: Elas são personalidades mais exageradas, então é inevitável que elas chamem mais a atenção. Daí vem também a evidente calamidade da sociedade moderna, que é a necessidade da comparação. O combo de baixo autoestima com a necessidade de se comparar é algo muito destrutivo, o que leva a insistente tentativa da Lettuce de fazer mais do que deveria para, teoricamente, compensar essa suposta diferença entre ela e as outras meninas.


    O que fizeram com a Lettuce no passado foi muito danoso, tornando difícil ela conseguir enxergar suas próprias qualidades e seus próprios acertos. O Ryou ajuda muito nisso quando oferece a ela a oportunidade de entender como ela é sim capaz, trazendo à tona a forte mensagem do episódio, que é a de que precisamos confiar mais em nós mesmos. Lógico que tudo falado é muito bonito, mas viver como uma mera sombra de nós mesmos não é uma vida que ninguém vai querer viver e uma autoestima abalada vai rejeitar muito de qualquer interferência externa que tente ajudar, como o próprio episódio demonstrou. Vale ressaltar como o Ryou tem mudado o comportamento desde o episódio 4, conseguindo se portar de forma mais amigável e tentando ajudar as garotas da forma que pode. Para quem antes era socialmente uma porta, é uma evolução "offscreen" bem notável.


    E apesar de ser um episódio focado na Lettuce, a Bu-Ling também roubou bastante a cena. Seja com seus irmãos mais novos fofíssimos ou suas interações divertidas de sempre, ela pode não ser uma personagem super bem trabalhada ou desenvolvida, mas tem muita presença, sem dúvidas. No mais, o grande momento de brilho da Lettuce foi muito simbólico, onde mesmo tendo se fundido com um animal marinho, ela tinha medo do mar por não saber nadar. Imagina! Ali é a área dela, onde ela é mais do que capaz, mas se sentia travada por um fator psicológico que foi removido pela sugestão do Ryou de que a bebida que ela tomou tinha um componente mágico que tiraria o medo dela.


    Nem sempre vai funcionar com maestria como na ficção, e é importante frisar isso. Mas é como na lógica de andar de bicicleta com rodinha. Uma hora a criança já vai estar pronta para andar sem as rodinhas, mas pode evitar isso pelo medo de cair. Fazê-la acreditar que está andando com as rodinhas, quando na verdade não está, seria o que aconteceu nesse episódio. A Lettuce aprendeu a confiar mais nas suas próprias capacidades, ganhando um brilho imaginário a mais que cai muito bem em uma história como a dela. De alguém fragilizado socialmente que era explorada por gente mal intencionada, para alguém com amigos de verdade com quem ela pode contar, até se tornar alguém em quem essas mesmas pessoas agora também podem depender. Esse ciclo de amadurecimento se fecha. Saraba Da!

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