• Posted by : Testarossa quinta-feira, 1 de setembro de 2022

     


    Lise Kohinata surge no anime como a novata pateta do grupo, isso ainda no episódio anterior, e deixa a impressão de que o seu recrutamento seria até que simples, visto que ela é até fã da RISE. Entretanto, o episódio 7 de Extreme Hearts chega para provar que não é tão simples assim. Nunca é.

    Observar o potencial dela não foi dos trabalhos mais difíceis que a Saki teve, visto que a menina é atlética, quer ter popularidade, gosta dos Hyper Sports e é fã da RISE, além de estar quebrando blocos grossos de gelo de mãos nuas, coisa que fica bem mais contextualizado quando descobrimos que ela, de fato, tem uma força física surreal. A Saki leva ela para conhecer as outras garotas e essa interação se passa muito por uma diferença de status social que a própria Lise se impõe por estar diante daquelas figuras que ela admira. É difícil uma conexão mais forte ocorrer numa relação dessas, como eu já comentei no episódio da Yukino, mas há um escape: A Saki. Sendo da mesma idade e já tendo quebrado a primeira barreira de proximidade quando se conheceram, a relação da Saki com a Lise naturalmente flui em um ritmo diferente.




    Em um treino de futsal (Que eu provavelmente me referi como futebol erroneamente em análises anteriores), vemos que a Lise é muito habilidosa. Usando sua mobilidade e técnica de karatê no esporte no melhor estilo Ibrahimovic só que com a força do chute do Roberto Carlos, ela certamente é um grande achado. É uma tangente, mas me peguei refletindo em como uma sociedade com a tecnologia do Hyper Sports mudaria completamente uma geração inteira, visto que torna possível quebrar certos limitadores e inovar todos os esportes existentes, dando esse ar mais aventuresco para as atividades, embora possa ser perigoso também dado a força e velocidade que o corpo pode alcançar com as novas tecnologias. O ponto é: Como a própria Lise diz nesse episódio, provavelmente há muitas outras garotas muito capazes por aí, tanto é que tem vários grupos de idols competindo, o que me faz desconsiderar esses encontros com a Yukino e a Lise coincidências tão grandes assim. Voltando, a Sumika e a Yukino percebem que há algo a mais na Lise que ela ainda não havia dito e que trás medo a ela. No futebol (E futsal) é possível notar quando falta confiança em um jogador, na forma que ele age, na tomada de decisão, na conclusão de uma jogada. Exatamente o que a Lise expôs claramente ao evitar chutar e dar um passe mais ou menos para a Hiyori cabecear.




    A história é simples: A Lise tem uma dificuldade de controlar seu próprio excesso de força. "Falta de disciplina", como ela mesma descreveu. E isso causou acidentes no passado. Para uma criança é totalmente compreensível se sentir péssima por ser esse rolo compressor que causa prejuízo aos outros, mesmo sem a intenção. Digo até por experiência própria, pois já me ocorreu de protagonizar um momento em que contundi alguém próximo sem querer quando eu era criança e eu me senti absolutamente terrível com aquilo. Quando isso ocorre com alguém querido, então, é um fator decisivo para ela se afastar de vez. Apesar da tentativa da Saki, a Lise não quer se tornar parte da RISE por medo justamente desse prejuízo que ela vai causar para um grupo que é querido para ela. Embora haja uma certa nobreza em se afastar dos esportes para não causar mal a ninguém, também é um sacrifício do seu próprio ser, visto que os sonhos dela estavam ali. Tanto é que o canal no youtube vira uma rota alternativa, onde ela pode realizar atividades físicas sozinha. Mas é aquilo, né? Muito da graça do esporte é ter alguém para competir, seja junto ou contra. 




    Quando a Saki desafia a Lise para uma disputa de penaltis valendo a entrada dela para a RISE, é onde a beleza do episódio se mostra. Da mesma forma que havia uma conexão entre a Sumika e a Yukino, também há entre a Saki e a Lise, só que aqui é trabalhado de uma forma diferente: A Saki essencialmente cresce como personagem ao passo que ajuda a Lise a concluir seu desenvolvimento que ocorre ao longo do episódio. O ponto chave é a empatia. A empatia que uma vez a Saki recebeu da Hiyori e da Sumika, nos seus momentos mais difíceis, que colocaram ela de volta no esporte que ela amava fazer. É também a empatia que ela mesma passa adiante, para a Lise, mostrando que ela pode ser ela mesma e fazer o que ama, pois, no fim das contas, acidentes são comuns nos esportes. Ela é super forte, ok, mas desde que ela não esteja sendo desleal, está tudo bem. Digo, eu acho que está, né? Com o uso das tecnologias do anime, as meninas acabam rivalizando com um Captain Tsubasa da vida e poderia até ficar perigoso mesmo (Eu sei, estou exagerando).




    No mais, foi um episódio bem completo de recrutamento. As coincidências que o roteiro impôs meio que são suavizadas pela forma que as cenas decorrem e a disputa de pênaltis que acaba na consolidação da amizade da Saki e da Lise é algo que é muito a cara do Tsuzuki Masaki, de Nanoha ou mesmo Dog Days. O esporte pode ser socialmente incrível muitas vezes, o que não faltam são grandes histórias e aqui não é diferente. Como criaturas sociais, precisamos sempre pensar no que vamos passar adiante para nossos iguais, para a Lise isso era um problema, mas a Saki mostrou que dá para ser diferente. A mensagem que fica é: Seja você mesmo, de coração. Também sempre carregando empatia nas costas tal qual uma mochila de coisas essenciais, para caso você encontre alguém na sua jornada que precise dela. Afinal, a jornada do ser humano nunca, jamais será sozinha. Saraba Da!

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