• Posted by : Testarossa sexta-feira, 17 de agosto de 2018


    Hoje é um bom dia para falar sobre algo que quase ninguém fala e que vai contra as crenças populares. Isso é algo que sempre me incomodou um pouco, porém ao mesmo tempo sempre foi algo que achei no mínimo curioso. O tema de hoje será o suposto realismo das obras.
    "Quando se fala de realismo, qual a primeira coisa que te vem a cabeça?" Acho que essa é uma pergunta importante, antes de continuar o texto, pare e pense na resposta para essa pergunta..............
    E aí? Pensou bem? Encontrou uma resposta? Muito bem, por hora vamos continuar o post.

    O realismo tinha uma definição específica, tais definições sendo relativamente ambíguas, maleáveis e aplicáveis às mais diversas obras e situações. Porém, claro, nossa comunidade como sempre acha que termos assim você pode pegar e usar do jeito que bem entender. A nova versão do que é realista é muito menos realista do que muita obra não-realista por aí, o que já diz muita coisa sobre o quão problemático isso é. O fato é, tragédias são chamativas, coisas tristes são chamativas, coisas felizes e bonitas não. Foi implantada na cabeça das pessoas a ideia de que a realidade é unanimemente cruel, o que por si só já não é nada realista, para ser sincero. A realidade não é o que passa em reportagens e notícias. Esse cinismo generalizado em relação a histórias felizes está cada vez mais longe da realidade, e como um relógio que uma hora está no 12 e outra está no 6, mas em ambos casos está no meio, ironicamente os comentários que essas pessoas faziam sobre quem vive "em um mar de rosas", agora pode ser aplicado a eles mesmos que vivem "em um mar de sangue".
    Os dois lados estão errados, pois a realidade não é e nunca será uniforme, cada pessoa vive uma realidade diferente e adivinha só? O que não faltam são pessoas vivendo vidas felizes por aí. A maioria das pessoas que associam realismo a coisas ruins nunca realmente passaram por nenhuma grande tragédia, o que faz toda essa mentalidade cair por terra. É por isso que se a sua resposta para "Quando se fala de realismo, qual a primeira coisa que te vem a cabeça?" é dar alguma definição específica de como a realidade é, isso significa que você está inventando uma realidade fixa e tentando aplicar isso a todo o mundo, o que é um absurdo.

    Definir o que é ou não é realista é muito mais complicado que isso, e me choca saber que muitas pessoas realmente acreditam que a realidade ao seu redor é a única realidade possível. Pensar que só porque seu primeiro relacionamento não deu certo, significa que nenhum primeiro relacionamento realmente dá certo. Pensar que alguém que sofreu um ferimento grave conseguir sobreviver não é realista. Pensar que alguns diálogos diferentes não são realistas. E por aí vai.
    O mundo não gira em torno de você, nem de mim, nem de ninguém, cada um vive a sua realidade e nem por isso ela deixa de ser realista. A realidade não é feita de tragédias, embora elas façam sim parte da nossa realidade, então tudo depende da história que estamos acompanhando. Se é de alguém que vive uma vida feliz e tranquila no campo ou de alguém que sofreu a vida toda em campos de guerra e morreu no final, são duas realidades que podem sim coexistir e serem igualmente realistas. No fim você precisa é analisar o contexto mais minuciosamente. Uma guerra onde um dos lados não tem baixas, por exemplo, seria algo irreal até demais.
    Meu ponto é que as pessoas precisam ser mais positivas, e é exatamente isso mesmo, sejam mais otimistas, pois da mesma forma que ser otimista demais é péssimo, ser pessimista demais também é. Para a realidade em si, um copo com água até a metade não é um copo meio cheio, nem um copo meio vazio, é um copo com água até a metade. Saraba Da!

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