• Posted by : Testarossa sábado, 30 de julho de 2022


    Nos últimos três episódios, e no caso eu estou incluindo esse episódio quatro, Tokyo Mew Mew New vêm seguindo uma mesma estrutura narrativa que é a de mesclar os momentos pessoais da protagonista, Ichigo, com a apresentação de uma nova personagem principal para o time. Algo relativamente bem comum com animes de mahou shoujo dessa linhagem. Como a Mint já começou o anime sendo uma Mew Mew, não tem como ela ter um episódio de apresentação, o que não significa que ela não terá um episódio dedicado a ela, como vimos na prévia do próximo episódio. Ou seja, aqui é onde fechamos a "primeira parte" do anime, ou esse seria o plano se tudo tivesse ocorrido normalmente. 



    A Ichigo e o Masaya estão naquela famosa fase do amor juvenil, com a nossa protagonista subindo de rank de "figurante que tem um crush no cara" para "forte interesse romântico". Achei até engraçado, embora um pouco constrangedor, como o Masaya parece se orgulhar de ter dado a gargantilha para a Ichigo. Fico imaginando ele sozinho no quarto comemorando ter tido uma ideia tão boa (?) haha. Em todo caso, o café está mais agitado do que nunca com a adição da Bu-Ling, que segue sendo a pilha que energiza o humor da série. O mais interessante, entretanto, foi a pequena reunião da Ichigo com o Ryou e os vários questionamentos que foram levantados (internamente). É o que eu chamo de "preparar o palco". Tem algumas perguntas que precisam ser respondidas e, para não ser totalmente do nada, demonstrar que a protagonista tem isso em mente já levanta nossa atenção para esses pontos. O que o Ryou não está contando para as meninas? Certamente um punhado de coisas, visto que o próprio anime nos mostra isso um pouco depois quando ele não fala muito sobre recrutar a Zakuro. 



    A cena do teste de atuação é a melhor parte do episódio. Há muitos núcleos de momentos legais diferentes acontecendo que são muito bem amarrados pela direção, que estava bem eficiente nesse episódio. Aqui falamos sobre as expressões faciais, do timing das piadas e até da forma que cada momento é representado em tela. Ainda mais que o episódio soube dosar seus momentos. São umas coisas mais bobas e patetas que torna o episódio mais agradável e divertido de se assistir, até que entra a cena da Ichigo e da Mint atuando que tem uma apresentação visual mais impactante, que culmina na quebra de expectativa com a aparição da Bu-Ling em mais um momento engraçado e, por fim, a esperada entrada da Zakuro como um toque final de seriedade e serenidade. Essa flutuação de momentos e condução do humor do telespectador simula, inclusive, uma própria atuação teatral de verdade, tornando toda a montagem dessa cena em específico muito bem pensada. 



    Mas como nem tudo são flores, fiquei com a sensação de que não sobrou muito tempo de episódio para terminar o roteiro que tinham em mãos, pois a reta final dele soou bastante corrida. Entre a Zakuro subindo no palco, indo para o terraço e sendo encontrada pelas outras garotas, a aparição do Kish, a batalha com os corvos, a transformação dela (E só dela, que das outras nem sequer teve) e a cena final, foi um período beeem curto de tempo. De positivo fica a demonstração de um time que não é tão time assim, as meninas ainda estão se conhecendo melhor e ainda não sabem muito bem o que estão fazendo. Esse é um processo que tende a acontecer naturalmente, ainda mais se houver alguma organização, definição de uma liderança e um objetivo claro. E nisso vem também a noção de que a Zakuro não só é bem mais madura que as outras, mas também tem o DNA de um animal mais imponente e que consegue se virar sozinho. 



    É natural imaginar que ela recusaria prontamente a ideia de se juntar com as garotas, são muitos fatores que trabalham contra elas e praticamente nenhum que trabalha a favor. A personagem da Zakuro chega para tirar a Ichigo e as outras um pouco da zona de conforto, uma vez que elas não estavam levando toda a situação tão a sério. A Zakuro já sendo alguém que trabalha, que tem uma pressão social em cima dela e, aparentemente, até uma pressão pessoal, dificilmente se enxergaria como parte de um grupo de meninas atrapalhadas. A atitude fria, quiçá até rude, da Zakuro para com a Mint não é nem difícil de entender. Aos olhos dela, aquelas pessoas estranhas que ficam só de elogios para lá e para cá insistentemente no mínimo soariam irritantes, podendo até serem vistos como elogios falsos. Quando você sempre olha para pessoa de baixo para cima, a tendência é essa pessoa sempre te olhar de cima para baixo também. A boa direção também ajudou bastante a dar esse tom de frieza na Zakuro, com o sombreamento bem colocado e a iluminação da cena em si.



    Agora é aguardar para ver qual será a próxima ação da equipe. A cena final deu a brecha que o anime precisava para emplacar um episódio focado na Mint, o que era algo bem necessário. É uma barreira que as garotas precisarão quebrar caso queiram que a Zakuro realmente passe a fazer parte da equipe. Imagino que isso irá exigir tanto uma reflexão interna quanto entender quais são os conflitos que a Zakuro tem lidado sozinha até então. No mais, sinto que está faltando mais tempo de tela para as novas personagens. A Lettuce teve um episódio muito bom que a fez uma personagem bem sólida, já a Bu-Ling teve pouco tempo, embora tenha apresentado uma boa capacidade de condução do humor. Porém, a Zakuro tem quase uma participação especial nesse episódio. É bem importante ter uma introdução bem feita e, como a Zakuro ainda não é parte da equipe, a chance de fazer algo mais profundo ainda está aí. Saraba Da!

    Subscribe to Posts | Subscribe to Comments

  • Copyright © - Canal Testarossa

    Canal Testarossa - Powered by Blogger - Designed by Johanes Djogan