• Posted by : Testarossa segunda-feira, 1 de agosto de 2022

     


    Apesar de exigir um conhecimento, dedicação e esforço surreal das potenciais futuras cantoras, o Hyper Sports é um evento bem sólido na sua montagem. Progredir na competição te garante mais destaque musical e a empresa por trás do evento parece ter uma capacidade financeira e de marketing gigantesca. Assim como geralmente acontece na maioria dos esportes, nem sempre as cantoras mais talentosas vão conseguir vencer em esportes que elas não são tão habituadas a praticar. Nesse quesito, é interessante pensar no evento como uma oportunidade realmente considerável, pois ali é onde você pode ter a chance de alavancar sua carreira. Quando removemos o surreal da equação, que é todo o evento em si, não é muito diferente do que já acontece na vida real. Muitos cantores não tão talentosos conseguem emplacar uma carreira na música quando possuem os contatos ideais para divulgá-los. A gente vive em um mundo onde o mérito próprio é quase irrelevante, na maioria das vezes. Através do Hyper Sports, com todo o esforço e suor que as meninas colocaram em aprender, seja os esportes em si ou a cantar, chegamos na partida de basquete que daria a equipe vencedora um palco para cantarem por dez minutinhos para um publico relativamente alto. A princípio pode parecer pouco, mas é uma rara oportunidade que pode definir um futuro. 



    A partida de basquete foi contra uma equipe já veterana, se é que podemos usar esse termo. O que é natural, equipes que já participaram do evento antes sem dúvidas gostariam de participar novamente e buscar essa divulgação a mais. E conforme a competição progride, o normal é as equipes veteranas avançarem, por terem mais tempo de treino e mais experiência. Um dos pontos mais legais dessas disputas é que não é só a disputa em si, o anime mostra que as adversárias estão formando estratégias contra a RISE. Fechar os espaços da Sumika para ela ser incapaz de dar passes precisos e fazer uma marcação forte na Saki aproveitando que ela não tem o físico necessário para ganhar numa disputa corporal é uma leitura ideal da equipe adversária. A Hiyori ser considerada o ponto fraco não foi necessariamente um erro, na real teria sido certeiro se não fosse duas das principais características da protagonista: Alta dedicação em aprender/melhorar e uma capacidade física elogiável. 



    Apesar da partida em si ser bem divertida, eu falo exclusivamente de como ela foi escrita, pois em termos de animação foi fraquíssima! A maior parte do jogo foram um conjunto de imagens estáticas uma atrás da outra, o que tira um pouco do charme que teria se fosse algo minimamente animado. É uma partida onde os dois times jogaram bem e montaram estratégias eficazes. Com vários detalhes que contextualizam a partida com sucesso, como por exemplo: A menina que ficou com a função de marcar a Hiyori mais ao final da partida já estava exausta, porque a velocidade é o ponto forte da Hiyori. Isso fez com que a protagonista ficasse com muito mais espaço para jogar e ela ia da defesa para o ataque sem problemas porque sua marcadora não conseguia acompanhar ela. Nisso, o que havia começado como um jogo parelho, foi se tornando uma vitória confortável para a RISE. Ao menos até a capitã do outro time entrar em campo, embora essa parte não tenha sido mostrada, mas o placar final indica que terminou realmente sendo um jogo equilibrado.



    Eu pessoalmente nunca fui muito fã de idols, então quando notei que a segunda metade do episódio seria sobre a apresentação de 10 minutos delas, não coloquei tanta expectativa. Bom, diria que eu estava errado. Eu falei um pouco disso na análise anterior, mas o nervosismo da Saki e da Sumika junto da tranquilidade da Hiyori deu uma virada de chave interessante na cena. Acabamos de sair de um jogo de basquete onde o time adversário via a Hiyori como o ponto fraco do time, mas aqui ela era a veterana. É um ambiente que ela já está familiarizada. Ainda assim, numa votação prévia do público para os grupos participantes mostra a RISE com um único voto. Normal, RISE era o único grupo estreante ali. Mas é algo que o anime faz e que me agrada muito, que é equivaler o lado idol com o lado esportivo, onde não é tanto sobre misturar as duas coisas, mas sim mostrar que são ambientes que podem conversar entre si com muita naturalidade. 



    RISE acaba fazendo o papel do underdog, algo extremamente comum em obras de esporte. É o grupo que tá ali de supetão e que ninguém bota muita fé, o que também cria uma certa tensão e expectativa para a apresentação das garotas, você não sabe se vai ser algo bom ou não graças a inexperiência da Saki e da Sumika. Mostrar o grupo anterior fazendo uma ótima apresentação ajuda a criar essa atmosfera, afinal, é sempre um peso psicológico a mais você ter que se apresentar após alguém que se destacou para o público. Só que chega a hora da RISE entrar em cena e é um espetáculo! Inclusive, o que faltou de animação na primeira metade, foi colocado na segunda. As danças e coreografias todas animadas direitinho demonstra uma prioridade ali com o possível orçamento limitado e tempo curto.



    As palavras da Hiyori antes delas subirem no palco serviu para abafar o nervosismo da Saki e da Sumika. Pois existe uma troca genuína ali e, da mesma forma que a Hiyori dá o seu máximo para não desapontar as duas nos esportes, as duas também querem dar o seu melhor para não desapontar a Hiyori. Sobretudo em um momento tão crucial. Elas estão em uma sincronia tão boa que é apenas natural que a apresentação saia muito boa. Uma apresentação uníssona funciona justamente porque todas estão não só muito unidas, mas focadas em um mesmo objetivo. Novamente, da mesma forma que funciona em esportes de equipes. Destaque para o fato de que só a Hiyori canta sozinha, no começo e no fim da música, o que faz total sentido visto que ela é a única cantora experiente do grupo. 



    E é bonito o monólogo dela de como sua perspectiva em relação a música se expandiu, de algo introspectivo onde ela compunha apenas para si mesma por amor a arte, até ela começar a compor para o público. O peso de criar para um público é simplesmente diferente do que criar só para si mesmo. Foi uma bela apresentação e agora a RISE definitivamente se tornou um grupo conhecido. As campeãs da edição anterior tomarem nota da RISE é o típico clichê de obra de esporte que não poderia faltar aqui. Apesar das limitações técnicas, cada episódio de Extreme Hearts tem se mostrado bem sólido. A forma em que a parte esportiva e a parte musical casam é muito elogiável, pois misturar dois elementos distintos qualquer um pode fazer, agora, conseguir criar esse paralelo tão palpável e crível entre os dois? Isso definitivamente não é qualquer um que faz. Veremos quais caminhos narrativos o anime seguirá, mas estou até que animado para descobrir. Saraba Da!

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