• Posted by : Testarossa terça-feira, 16 de agosto de 2022

     


    A RISE acabou ficando em uma saia justa, tendo que ir ao jogo sem a presença da Yukino, embora ainda houvesse uma esperança de que ela reconsideraria, visto que as garotas inscreveram ela na equipe. Diferente do que aconteceu no primeiro episódio, dessa vez temos o aviso prévio de que a Yukino, tecnicamente falando, já faz parte do time e é até anunciado pelo narrador da competição, brincando sobre o seu atraso. Ou melhor, como um grande sábio uma vez disse: "Um mago nunca se atrasa, nem se adianta, ele chega exatamente quando pretende chegar." Pois é o que o roteiro vem telegrafando para nós desde o episódio anterior.




    Enquanto a RISE se prepara para entrar em campo, com seriedade, porém, sem parecer se intimidar pela situação adversa, a Yukino sofria um conflito de ideais. O avô dela explicou didaticamente o que eu comentei na análise anterior sobre a Yukino. Disciplina, honra e auto sacrifício carregam ela pelo tal do caminho da espada, enquanto ela afasta tudo e todos em prol de uma responsabilidade que ela não precisava assumir. Bastava uma família menos compreensível e amigável para que tivéssemos um trajeto muito mais espinhoso, mas felizmente não foi o caso. O avô dela, uma figura simpática e sempre sorridente, compartilhou as palavras que ela mais precisava ouvir, entre as mais duras e as mais suaves. Apontar o clichê da personagem que vive dentro de um dojo balançando a espada como um desperdício foi uma boa sacana, tal como dizer que estar jogando os esportes que gosta, com pessoas que gosta e se divertindo, é um ideal que deveria ser vivido por alguém da idade dela. Uma certa música já dizia: "É a minha vida, é agora ou nunca, eu não vou viver para sempre, eu só quero viver enquanto eu estou vivo".




    Mas é compreensível o conflito dela, da noção de que, por ela se julgar incapaz de seguir os dois caminhos, teria que escolher um e abandonar o outro. Ela nutriu um carinho pelas garotas, mas entre elas e as memórias do seu falecido pai e irmão, não tem muita competição. Porém, como o próprio avô disse, nem sempre é sobre escolher um caminho ou outro. As pessoas hoje em dia criaram uma tendência muito natural em adotar essa mentalidade pra tudo, então às vezes pode, sei lá, sair dois animes parecidos ao mesmo tempo e muitos simplesmente decidirem que ou vão assistir um ou vão assistir ao outro, sendo que dá para assistir os dois, ou nenhum, ou assisti-los em tempos diferentes. Muitas alternativas que se perdem. Claro, essa tendência não surgiu agora, há 30 anos você tinha que escolher entre a Nintendo ou a Sega, há 20 entre Senhor dos Anéis ou Harry Potter, há 10 entre Android ou iPhone e por aí vai. E, geralmente, a lógica do anime se prova mais do que certa. Enquanto preso nessa mentalidade, a vida vai sendo desperdiçada sem ser aproveitada. A Yukino teve sorte com a família que tem e as amigas que conseguiu, finalmente assim decidindo ir para o jogo.

    (A sacada de comparar o bastão de beisebol com uma espada foi ótima, havia pensado nisso lá no episódio 4 quando a Yukino apareceu pela primeira vez)




    Falando em sorte, a RISE também teve muita em encontrar alguém como a Yukino dando sopa por aí. O confronto contra a Banshee não foi muito como eu imaginava que seria, mais avassalador e impactante, mas faz sentido...eu acho. Admito que fiquei meio perdido na estratégia delas para vencerem por não saber nada de beisebol, mas entendi o contexto da coisa. A vitória da Banshee estava bem assegurada, até a chegada da Yukino. Foi um bom momento de "entrada triunfal" que se embelezou muito graças a postura competitiva que a Yukino demonstrou. Chegar desafiando a RiN (Líder da Banshee) e inflamando a torcida foi uma atitude certeira. A RiN podia seguir com a estratégia de antes, mas o anime vem mostrando para nós que a Banshee, sobretudo a RiN, tem esse ar de arrogância e soberba. Diante da pressão do estádio e o desafio da Yukino, um ego desses não resistiria ser acusado de covardia ao recusar o desafio. Ela tentou encarar a samurai de frente e acabou cavando a própria cova. Realmente esperava uma partida mais parelha entre as duas equipes, mas acabou que a RISE amassou a Banshee no jogo e conseguiu uma vitória confortável. A Yukino e a Sumika sendo as inevitáveis estrelas da partida. O que por si só é muito bom também, pois evita ter a Hiyori sempre como protagonista.




    Como a partida acabou muito cedo, tivemos tempo para conhecer a última (?) futura integrante do time, ao menos de acordo com a abertura do anime. Diria que a Lise Kohinata é uma figura essencial na obra, pois ela representa muito bem a juventude moderna. Aliás, o mesmo pode ser dito da condução da carreira da RISE, que tem sim eventos e entrevistas para participar, mas é importante mostrar que o grupo faz sucesso em plataformas de streaming, blogs e afins. São mudanças vão ficando mais comuns nos animes, pela forma como a nossa sociedade progride. E a Lise é uma menina que já tem o desejo de participar dos Hyper Sports, que quer ser uma figura de sucesso e, por isso, até tem um canal no youtube. Digo, no newtube. Só que ela não têm conseguido muitas visualizações, o que é desanimador para qualquer um, mas como o algoritmo só enxerga quem posta com frequência, tem que continuar postando se quiser crescer. Em todo caso, se por um lado havia fortes fatores que impediam a Yukino de entrar para a RISE, com a Lise o caminho já parece estar plenamente desenhado.




    Fora que o roteiro deu uma leve ajuda com algumas conveniências que permitiram o encontro da Saki com a Lise. Devo dizer que fiquei até meio constrangido vendo a Lise gravando ao céu aberto (No mesmo local onde a Saki e a Hiyori se encontravam antigamente) e agindo daquela maneira mais espalhafatosa que aparentemente é popular na internet. Mas, por trás daquilo, havia uma garota da idade da Saki que conseguia quebrar blocos de gelo até bem grossos de mãos vazias, algo até bem impressionante. Ali morava a chance que a Saki precisava para recrutar o último (?) membro da RISE. E é engraçado ver como a Lise trata a Saki como se fosse alguém uns 10 anos mais velha que ela, o que é normal visto que a RISE agora já está construindo uma certa reputação, tendo agora conseguido um palco para uma segunda apresentação após vencer a Banshee. Veremos então como será a inserção da Lise no cast e qual será a próxima disputa. Com a notoriedade vindo, a RISE começa a fazer jus ao seu nome. Saraba Da!

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