• Posted by : Testarossa domingo, 22 de julho de 2018


    Já parou para pensar que o erro de uma obra, talvez não seja realmente um erro? Quem sabe o erro esteja na nossa perspectiva e não na obra em si?
    Em diferentes aspectos eu sempre pensei nesse assunto ao longo dos anos. Muito disso veio por ver pessoas falando mal de certos aspectos de uma obra, não por gosto pessoal, mas sim porque ela supostamente teria cometido um erro ali, mas aquilo na minha perspectiva não fazia muito sentido. Como isso pode acontecer? É aí que a parte da escolha entra. Se a obra escolhe propositalmente fazer algo normalmente considerado um erro na sua história, algo planejado desde o início e com motivos sólidos por trás, isso ainda seria um erro?
    A abertura desse post pode estar sendo bem confusa até então, no entanto, cai como uma luva, é proposital. Mas vamos explicar mais a fundo o que quero dizer.

    Quando se trata de coisas assim--Arte principalmente--nunca existe apenas uma resposta. O ponto de vista varia de pessoa para pessoa, mesmo que elas pensem igual. As possibilidades são infinitas, não só de como você recebe uma obra, mas também de como você cria uma. Qualquer um com um conhecimento razoável conseguiria citar um autor, diretor, ilustrador, compositor e afins cujo criações são reflexos da própria pessoa, seus pensamentos e crenças. Isso tudo é muito bonito falado, no entanto, a realidade para as pessoas que consomem as obras é diferente, principalmente nos dias de hoje. As pessoas querem mais definições exatas, certo ou errado, preto e branco e etc, graças a isso, sua visão se torna extremamente limitada, fazendo ela acreditar que ao fazer X, a obra automaticamente está cometendo um erro. Mas será mesmo?

    Veja bem, não estou incluindo aqui questões de puro gosto pessoal, mas sim coisas que podem ser usadas como críticas negativas. O exemplo mais fácil que me vem em mente seria um final ambíguo, muito interpretativo ou inconclusivo. Histórias são coisas com início, meio e fim, se ela não dá um final definitivo, ela seria uma obra incompleta? Eu não acho. Porém, pode ser que seja sim. Contraditório, eu sei, mas como eu disse, as possibilidades são infinitas.
    Uma história que não desenvolve seu personagem principal, uma história que não explora seu mundo fantasioso direito, uma história que usa Deus Ex Machina, uma história de mistério onde o mistério não é revelado, uma história que um personagem age de maneira supostamente inexplicável. Todos esses são exemplos reais de críticas que vi pessoas usarem em obras que eu pessoalmente não só não acredito que merecessem essas críticas, mas também que ficaram mais interessantes por fazerem essas coisas. Isso era algo que eu sentia que se eu dissesse publicamente, seria atacado, perderia a credibilidade com os outros ou mesmo seria caçoado por pensar dessa forma, ideias e experiências que renderiam um bom tópico no "Hanashi", eu diria.
    Mas tudo isso não passa de ideias erradas, vinda de pessoas com a mente fechada. Pessoas que acreditam que só existe o certo e o errado (Ou deveria dizer, "o certo e os que discordam de mim"?).

    O que eu quero dizer é que, todos aqueles "problemas" citados acima podem não ser realmente problemas se forem uma escolha com um propósito em mente. A arte tem a liberdade para explorar as mais incríveis ideias, das mais diversas formas. Não existe o errado, só existe o mal feito.
    Essa é a grande diferença aqui, algo chamado execução. É aí que o erro de fato passa a existir, pois não importa a ideia por trás da obra, se for mal executado, ficará ruim. Por outro lado, se for bem executado, mesmo sendo algo comumente taxado como "ruim", acaba sendo bom. Gostaria que as pessoas tivessem uma mente mais aberta para essa questão, pois vejo muitas obras que gosto sendo criticadas por fazerem o que querem fazer, mesmo quando feito com inteligência e criatividade, apenas porque "se tem isso, é defeito". Então de fato, quem sabe o erro não esteja na sua forma de olhar para certas obras? Saraba Da!

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