• Posted by : Testarossa sábado, 28 de julho de 2018



    Após uma estreia surpreendente, Revue Starlight continua em um bom ritmo de acertos com o seu segundo e terceiro episódio. É possível dizer que nesses dois episódios vimos de perto dois lados opostos, vimos o fundo e o topo, mas que no fim das contas são dois lados da mesma moeda e a mensagem que fica é que não importa se você é esforçado ou talentoso, você terá que lutar para alcançar seus objetivos.

    O episódio 2, focado na Junna, foi deveras interessante e importante para a caracterização da personagem. Felizmente escolheram não descartá-la após a derrota no episódio 1, quando ainda tínhamos apenas alguns detalhes sutis que diziam algumas coisas sobre a personagem, ao invés disso tivemos um episódio focado nela e provavelmente seu papel na série ainda não chegou ao fim.
    Junna é uma garota muito esforçada, que fica facilmente irritada com pessoas que se dão por satisfeitas com muito pouco, ou mesmo satisfeitas com nada. Vimos no episódio 1 ela reagir agressivamente a Karen aceitando que não seria a protagonista da peça, e vimos no episódio 2 ela reagindo agressivamente as garotas que aceitam ser inferiores pela sua admiração a Maya. É algo de certa forma até realista de se pensar, a pessoa estar estudando, trabalhando duro por um objetivo e decidir ficar na zona de conforto porque tem alguém "muito melhor" que você ali e por isso você decide que não terá chances é uma mentalidade que eu não chamaria nem de irritante, mas sim de triste. A Junna viu a si mesma naquelas garotas, ao menos sua versão do passado, antes de encontrar o sonho que queria seguir.
    É o já muito visto caso de "trabalho duro vs talento", a Junna não era ninguém especial e ela queria sair desse status quo de qualquer forma. O anime novamente nos entrega informações importantes através de simbolismos, dessa vez os manequins que representam as massas, tal como aquelas garotas que admiravam a Maya. É ainda mais profundo se pensar que ela se sente assim desde os 8 anos de idade.

    Mas no fim, mesmo todo o trabalho duro não foi o bastante para abater a Karen, e está tudo bem. Mesmo falhando, ainda terá outra chance, e da próxima vez sem dúvidas irá caprichar ainda mais.
    No fim serviu como um bom desenvolvimento, com ela aceitando o jeito de fazer as coisa da Karen, e a luz do palco iluminando as duas como uma prova disso.
    Já no episódio 3, descobrimos mais sobre a Maya, que é a mais talentosa de todas, a que está no topo. Em partes eu não esperava que ela já fosse ser a oponente da Karen no terceiro episódio, porém por outro lado faz muito sentido se parar para pensar em alguns aspectos da narrativa.
    A Maya é "de outro mundo", seu talento e suas capacidades incomparáveis, alguém que está muito além de todas as outras personagens, sem dúvidas a pessoa que você encontraria te esperando ao finalmente alcançar o topo.
    Tamanha representação do "topo" ela é que os simbolismos novamente apontam diretamente para isso nesse episódio. Em determinado momento, é possível notar uma estátua no fundo do cenário, e em um close é possível claramente ver a Maya imitando a pose da estátua. A estátua em questão nada mais é que a famosa estátua grega Vênus de Milo, representação da deusa do amor e da beleza (Vênus ou Afrodite, no caso).
    A "Deusa" Maya obviamente não é só uma coincidência, o episódio gira em torno da "divindade" da Maya. As estruturas e escadarias gregas fazem ligação direta com a já mencionada deusa, tal como os diversos cisnes, animal que simboliza a deusa. Além disso a própria música cantada pela Maya coloca ela mesma nessa posição. E tendo dito tudo isso, vemos que o duelo diante do "Revue do Orgulho", nada mais era que uma lição.
    O cisne existe até na espada da Maya! 
    Apesar de todas as tentativas da Hikari, a Karen estava determinada a continuar indo nos testes de elenco e acreditava que iria continuar vencendo. O "Revue do Orgulho" foi um tapa da realidade na Karen, mostrando o quão desafiador tentar ser Top Star é, e que só ter o ideal bonitinho de chegar ao topo com a Hikari não é o suficiente para chegar lá. O maior simbolismo disso sem duvidas foram as escadarias, a Maya sempre no topo, derrubando a Karen toda vez que ela tentava subir, manipulando as escadas para que ela não conseguisse avançar, a Karen estava a mercê da Maya e ela foi completamente derrotada. Esse parece ser um destino premeditado, uma vez que o anime mostra isso com o aviãozinho de papel que voa o mais longe que pode, mas acaba batendo "coincidentemente" na estátua de Vênus e caindo no chão.
    Estou curioso para saber que rumo a Karen vai tomar após essa derrota, e também o que a Hikari tanto esconde dela sobre os testes que a faz ficar tão desesperada para não querer deixar a Karen participar.
    Vale ressaltar que a luta no episódio 3 estava espetacular, eles capricham tanto que espero que os tais problemas na produção terminem sendo uma preocupação desnecessária. O anime continua muito bom, muito bem pensado, mesmo coisas que parecem irrelevantes ou diálogos simples podem ser peças cruciais para entender a obra, então torço para que se mantenha assim até o fim.

    Antes de terminar o post, queria levantar alguns pontos curiosos para se pensar sobre.
    O primeiro é a transformação da Karen, a cada episódio parece que as máquinas que costuram o uniforme dela deterioram mais e mais, me pergunto o que isso significa e se tem alguma ligação com o motivo da Hikari querer tanto impedir a Karen.
    O segundo é algo curioso no ranking do final do episódio 3, não esperava que a Banana ficasse em terceira, logo abaixo da Maya e da Claudine. E com o foco nela nos últimos dois episódios e a sua escolha de ficar apenas com o script da peça, palpito que tem muito mais para a personagem do que aparenta.
    Por fim temos a luz da tiara que todas as garotas lutam para conseguir. Tal luz estranhamente aparece incontáveis vezes durante o episódio em lugares bastante aleatórios, o que fez eu me perguntar se há um motivo por trás disso ou não. Os prints que eu tirei foram só alguns, mas existem vários outros em várias cenas. Teria um significado ou eu me afundei tanto nos simbolismos da obra que estou começando a delirar? Fica a duvida. Saraba Da!

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