Há algum tempo, recebi uma sugestão interessante no Twitter, do meu amigo Wendel (@Static_Wire), para fazer aqui no quadro de desafios. Sugestões são sempre bem-vindas, ainda mais em um quadro de desafios. Afinal, se eu posso "desafiá-los" a algo, nada mais justo de vocês também poderem me "desafiar". Eu achei essa ideia do título bem interessante, pois para quem gosta ou opta por se arriscar de vez em quando nas obras que consome, eventualmente cruzamos caminho com aquela obra que parecia não ser o tipo de conteúdo que apreciamos, mas surpreendentemente acabamos gostando dela. Acho até mais interessante que o oposto, já que consumir uma obra que você esperava gostar e acabou detestando é super comum. Enfim, seguindo o padrão do quadro, direi as 5 obras que eu já fui esperando desgostar, mas que me surpreendeu, só que com um porém: Eu costumo sempre consumir as obras de mente aberta, justamente para poder ser surpreendido assim, então acho "detestar" um termo muito forte para essa situação, pois até as obras que eu detesto, eu não esperava detestar a princípio. Dito isso, vamos lá:
Corpse Party: Blood Covered
Começando por uma Visual Novel, Corpse Party definitivamente é o tipo de obra que eu tinha tudo para não gostar, uma vez que eu realmente não gosto de coisa muito violenta e gráfica, principalmente quando é feito só pelo fator choque mesmo (O que muitos chamam de ser "edgy"). Eu joguei a VN em 2013, mais ou menos na mesma época em que eu assisti a adaptação em anime, feita em formato de OVA (Que é muito ruim, aliás). Então além de ter justamente o tipo de conteúdo que não gosto, também tinha uma adaptação horrenda. Quais eram as chances de eu gostar da Visual Novel? Bom, se está aqui nesse post, é porque eu acabei gostando. O jogo é pouco apelativo, conseguindo ser perturbador ser depender do fator choque (Através da sugestão, textos ou contexto), tem uma boa história que é bem executada e, sendo uma Visual Novel, tem diferentes resultados para as suas ações durante o jogo. Tem um grupo de personagens que, apesar de nada extraordinário, funcionam na narrativa e uma trilha sonora muito envolvente. Não é uma obra incrível, mas acredito ser um excelente exemplo de uma história de terror bem executada dentro do nicho de animes/mangás/LN/VN. Eu recomendaria o jogo (Joguei a versão de PSP, eu acho) sem receios!
Kitakubu Katsudou Kiroku
Ainda em 2013, eu já tinha noção do quanto eu gostava de slice of life, graças a K-On!. Logo, os novos SoL que lançavam sempre estavam no meu radar. No entanto, Kitakubu Katsudou Kiroku não me criou absolutamente expectativa alguma, eu esperava algo medíocre, só para fazer número mesmo. Tanto é que é um anime até meio obscuro, pois não tem nada nele que te chame a atenção. As histórias de protagonistas que entram em clube X tem a chance de te criar interesse dependendo do tema (Em K-On! era clube de música, Stella no Mahou era clube de criação de jogos e por aí vai), mas aqui você simplesmente não sabe o que esperar em "clube de voltar para casa". Bom, aí entra a questão do "assistir para poder comentar", pois o anime é completamente maluco. E comédia nonsense é algo que costuma funcionar comigo em animes. Então "não saber o que esperar" é até um ponto positivo, cada episódio me arrancava boas risadas pois sempre me pegava de surpresa. Se você, como eu, gosta de comédia nonsense, vale a pena conferir o anime!
Sasami-san@Ganbaranai
É, 2013 foi um ano de mudanças de perspectiva para mim. Eu ia deixando de assistir Sasami-san@Ganbaranai por ter achado a sinopse esquisita, achando que seria uma comédia romântica qualquer. Mas digamos que esse foi o anime que me afastou da leitura de sinopses, porque eu me arrisco a dizer, sem ter total conhecimento sobre as obras do estúdio, que Sasami-san@Ganbaranai é uma das obras mais bizarras feita pela Shaft. Das 5 obras desse post, essa é a única que eu não sou capaz de recomendar normalmente. Até porque minha cabeça de 2013 foi incapaz de processar o que eu havia assistido direito. Mas posso afirmar tranquilamente que criatividade, direção e direção artística de qualidade tem em abundância no anime. Para quem acha as obras do Ikuhara bizarras, essa aqui pode até surpreender. Claro, o fato de ter uma forte base na mitologia japonesa também é muito do meu agrado, fora também usar de humor nonsense. No fim, a sinopse criou uma expectativa negativa que foi rapidamente quebrada, mas só porque eu acabei assistindo ao anime, já que poderia muito bem não ter assistido.
JK Haru wa Isekai de Shoufu ni Natta
JK Haru é um caso curioso, pois quando eu li a novel eu já tinha a mentalidade de que ser um isekai não quer dizer nada além de que o(a) protagonista é transportado(a) para outro mundo. O que me deixou com um pé atrás foi a própria premissa, afinal, nos últimos 5-6 anos tem tido algumas obras com um tanto de falta de tato, digamos assim, na hora de mergulhar em algum tema ou premissa. Eu poderia dizer que eu peguei ambos a novel de JK Haru e Kaifuku para ler pelo mesmo motivo, e aí nota-se a diferença de uma obra de conteúdo espinhoso para uma obra ofensiva e o motivo para se ter o pé atrás na hora de consumir uma obra assim sem conhecimento prévio. JK Haru tinha a faca e o queijo na mão para dar muito errado, mas acabou sendo uma obra inteligente e tematicamente interessante. A autora trás uma perspectiva que daria para debater extensivamente, definitivamente quebrou qualquer expectativa negativa que eu tivesse. Eu escrevi uma análise da novel aqui, que é um dos posts mais visualizados do blog, e recomendo darem uma olhada nele. Não é uma obra que eu recomendo para qualquer um, principalmente para quem for mais sensível. Mas é uma novel muito boa.
Gakusen Toshi Asterisk
Para finalizar, claro, precisava trazer uma obra que eu não esperava gostar, mas acabou se tornando uma das minhas favoritas. Na época em que eu li a novel (E estarei falando especificadamente da novel aqui, já que a adaptação em anime deixa muito a desejar e a adaptação em mangá só presta o volume 1), a adaptação em anime nem sequer sonhava em nascer. Então as únicas referências que eu tinha sobre a obra é de ser uma novel de escola de magia (Que não é o tipo de premissa que me empolga) ilustrada pelo mesmo ilustrador de Infinite Stratos (Que é uma obra que desgosto), ou seja, o fato de eu ter pego a novel para ler foi puramente por eu ser um rato de novels numa época que não havia tantas opções de novels em inglês como tem hoje. Asterisk é uma obra que me surpreendeu muito, porque não existe aquela velha pretensão do "essa obra é diferente das outras do gênero" que acontece com qualquer gênero/subgênero que não é popular aqui no ocidente. De certo você conhece alguma obra assim que seja isekai, mahou shoujo, mecha ou mesmo slice of life. Ao invés disso, Asterisk é uma obra que se encaixa perfeitamente dentro do gênero, porque vejam só, quem diria que basta ser bom para ser bom, hein? Os livros são bem escritos, o universo é extremamente rico, os personagens bem construídos e a narrativa te faz refletir sobre temas pertinentes da sociedade sem deixar de ter boas cenas de ação ou alguns dos clichês típicos desse tipo de obra. Tem todo um texto aqui no blog onde eu falo sobre essa questão da obra ser "mais do mesmo", então não vou me alongar aqui. Curiosamente, o décimo post que publiquei no blog foi justamente a análise do primeiro livro de Asterisk, para quem estiver curioso (Sempre me surpreendo com a alta quantidade de visualizações que esse post tem). Em todo caso, é uma excelente novel que, quando estiver completa, planejo ter o gosto de reler ela por inteiro, de uma vez só.
E é isso, essas são as 5 obras que escolhi. Confesso que foi um tanto difícil já que não tenho o costume de sentir que vou detestar algo que vou consumir (Nesses casos eu até passo longe da obra mesmo), mas deu para sair um post. E para vocês? Quais seriam essas 5 obras? Comentem aí! Saraba Da!