• Posted by : Testarossa sábado, 26 de fevereiro de 2022

     


    Se existe algo que faça a franquia Precure conseguir se manter não só viva, mas com muito sucesso, mesmo após mais de 15 anos, essa coisa seria a inovação dentro da fórmula. Toda nova temporada de Precure é diferente da anterior em vários aspectos, ainda que funcionem dentro de padrões bem similares. Em Delicious Party Precure isso não seria diferente! Em outras temporadas seria normal esperar que os episódios 2 e 3 fossem os episódios de apresentação das novas Cures do grupo, embora tenha algumas temporadas onde isso aconteça de outra forma, só que Delicious Party decidiu usar seus primeiros episódios para solidificar o trio Yui, Mary e Kome-Kome, tendo um episódio para cada. Como o episódio 3 foi menos carregado de informação, vamos dizer assim, do que o episódio 2, decidi dedicar um texto só para ambos.



    O episódio 2 foi surpreendente! A gente teve mais alguns indícios da inteligência emocional da Yui, percebendo de imediato que sua identidade como Precure deveria ser mantido em segredo, além de chamar a responsabilidade da missão para si para confortar o Mary. O anime nos mostra que ela sempre foi uma menina que gosta de ajudar e isso inevitavelmente a fez se tornar uma pessoa sagaz, atenta aos seus arredores. Estamos vendo isso desde o início do anime, essa consistência junto da forma em que essas várias cenas são executadas sem realmente dizer que ela é assim ou assado, já entrega uma personagem bem escrita e com muito potencial pela frente. Eu poderia listar os vários momentos em que ela demonstra essas características, pois em todos os três episódios que eu assisti houve situações em que ela demonstrou isso. A avó dela a descreve como uma pessoa forte, por ter um coração que clama por ajudar os outros, mas é importante frisar que ela também é alguém que consegue tomar atitudes rápidas em situações difíceis ou inusitadas, a exemplo do final do episódio 3, onde ela rapidamente decide carregar a Kokone para sua casa. A Yui é uma protagonista não só divertida de acompanhar, mas também muito legal de se analisar, ao menos até aqui. Mas claro, ela não é perfeita, tanto que temos esse episódio 2 para mostrar isso.



    E nossa, que acerto gigante do anime. Descobrimos que o artefato especial do Mary, que o dava a maior parte das suas habilidades, havia quebrado. Isso estava deixando-o preocupado e desolado, mas era por ele ter perdido suas capacidades de combate? Ou porque o artefato era importante para ele? Não, era porque ele entendia que ele teria que jogar a responsabilidade da missão nas costas de uma criança e isso o transtornava. Por isso decidiu ir embora e se arriscar resolvendo a situação sozinho, embora não contasse com a astúcia do relógio mágico da Yui revelando a localização do conflito. É raro ver um anime do tipo se preocupando em abordar a questão da responsabilidade de carregar uma missão que envolva lutas ou outros conflitos caindo no colo de uma criança, então isso fez o personagem do Mary crescer ainda mais. A gente sabe que, no fim das contas, em obras assim o jovem ou a jovem que carregar uma grande responsabilidade vai o fazer de qualquer forma, fazendo esse tópico ser um pouco redundante, porém, isso torna o personagem em questão muito mais humano e mostra que a obra está atenta a detalhes desse tipo, o que, por sua vez, enriquece a narrativa da mesma.



    Após a dupla se consolidar de vez, chegamos no episódio 3 com a adição de um novo mascote, Pam-Pam. É interessante que Pam-Pam tenha encontrado o Mary e a Yui primeiro, ao invés da Kokone, como normalmente aconteceria. Episódios focados em mascotes geralmente não costumam ser lá tão marcantes ou interessantes na franquia, mas diria que esse aqui foi uma grata surpresa também. O rumo da narrativa é bem esperto, pois não é só sobre a jornada da Kome-Kome indo comprar cenoura para ganhar elogio da Yui, mas sim uma forma de conectar a Kokone com o grupo principal de forma mais natural. Primeiro que ela já havia visto a Yui antes, mas aqui nem era realmente necessário, pois esse episódio dá contexto o suficiente para uma eventual transformação da Kokone em Precure. A trama com a Kome-Kome é fofinha, nada que chegue a incomodar, como aconteceu em alguns outros episódios focados em mascote na franquia, mas acaba não dando muito pano para manga para comentar. O ponto chave acaba sendo a Kokone, afinal. Nós ganhamos a grande perspectiva da personagem no último momento do anime, que de forma bem inteligente mostra a refeição feliz do grupo principal e faz um corte abrupto para a sala de jantar solitária da casa da Kokone, onde ela come sozinha.



    Sendo uma jovem rica que é levada para a escola pelo seu motorista e conhecendo a franquia, dá para deduzir facilmente que os pais dela são bem ausentes por conta dos seus trabalhos. Vendo sua posição social e o que provavelmente foi a sua criação, também dá para deduzir que ela não tem muitos amigos na escola, caso tenha algum. Ou seja, ela ser atraída pelos mascotes é uma reação natural de alguém introvertido que não tem proximidade com muitos humanos e vê nos animais uma possibilidade de relação afetiva que não seria abafada pelas suas circunstâncias pessoais. Claro, no fim das contas isso acaba nos levando de volta a Yui e sua naturalidade em ajudar os outros, de eventualmente mostrar ações e palavras que deem conforto e segurança aos outros. A história está muito bem organizada a ponto de você conseguir enxergar essa conexão entre as duas acontecendo, pois elas se encaixam muito bem. Aguardemos o episódio 4. 

    Eu realmente estou curtindo o ritmo e a execução de ideias do anime até aqui, acho que Delicious Party tem tudo para ser uma ótima temporada e espero que continue assim. Saraba Da!



    OBS:
    Fui só eu que notei a ironia de um anime sobre comida ter um mascote de nome Kome-Kome (Come-Come) e outro de nome Pam-Pam (Pão-Pão)?!!

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