E aí, minha gente! Feliz 2023? O blog esteve parado nos últimos meses e eu espero que isso seja passageiro, como foi das outras vezes. Mas, dado a data especial, eu não pude deixar de vir até aqui prestigiar esse momento. O Dia Internacional das Mulheres é um dia simbólico e acredito que um dos pontos dele é de nos lembrar de manter o respeito, a igualdade e a representatividade não só hoje, mas pelo resto do ano também. Como tal, venho dar continuidade a um post que eu fiz há exatos um ano e destacar mais 5 personagens mulheres que protagonizam obras de ação e/ou aventura. Eu recomendo muito que vocês leiam a primeira parte desse post, onde eu me alonguei bastante sobre o tópico e como a sociedade sempre busca ofuscar as mulheres em qualquer papel que não seja exclusivamente o romance. Nessa segunda parte, eu irei direto ao ponto!
Lina Inverse (Slayers)
Gosto um bocado do anime de Slayers, bem divertido! Porém, a novel foi realmente uma experiência à parte e isso impacta até mesmo na imagem que temos da protagonista. Uma obra de fantasia, aventura e ação como Slayers ser protagonizado por uma mulher é raridade até nos dias de hoje, mas isso feito nos anos 90 é ainda mais surpreendente. A personagem em questão é icônica, ela que de mocinha não tem nada, é famosa e temida, poderosa e inteligente, mas acima de tudo, extremamente carismática. Como a novel é narrada em primeira pessoa, que, no caso, é a própria Lina, tudo tem um tom satírico muito bem aplicado. Isso é algo que acaba sendo exclusivo dos livros, já que anime é uma mídia completamente diferente. Mas mesmo dentro das suas diferenças, a Lina é uma personagem memorável em ambos!
Samus Aran (Metroid)
Quando se fala na representatividade feminina na cultura pop, sobretudo nos jogos, não dá para não citar Metroid. Apesar de aplicarem ideias retrogradas dentro do jogo, o primeiro Metroid, de 1986, foi bombástico ao revelar que a sua protagonista era uma mulher. Digo, até então era um jogo onde você controlava um personagem completamente coberto por uma armadura, que só é removida no final do jogo se você terminá-lo em um determinado período de tempo. Infelizmente, dado a mentalidade da época, quanto mais rápido você terminasse o jogo, mais do seu corpo a Samus expunha. Felizmente, esse jogo ganhou um remake infinitamente superior chamado Metroid: Zero Mission e a personagem seguiu para se tornar uma figura feminina icônica no mundo dos jogos!
Julis-Alexia von Riessfeld (Gakusen Toshi Asterisk)
Falar de Asterisk nesse post pode chegar a soar como uma provocação, por mais que não seja. Afinal, tendo em vista a adaptação em anime, muito do que pensam quando se fala da obra é sobre o fanservice e o harém, dois aspectos que são relativamente minúsculos dentro da narrativa da novel. No entanto, a Julis, tal como as outras garotas relevantes da obra, são todas não só bem trabalhadas, mas também quebram um padrão de obras desse nicho que costumam ter suas personagens femininas como plano de fundo. Todas tem um destaque narrativo muito forte e acaba que toda a novel de Asterisk conta sobre uma jornada pessoal da própria Julis, que é a personagem mais importante dessa trama. Vocês raramente verão uma obra assim escantear o protagonista masculino para dar as mulheres um papel de peso, de protagonismo mesmo, na história. E esse é um dos raros casos.
Aya Brea (Parasite Eve)
Aya Brea é, antes de mais nada, uma personagem ideal para estar nesse top e uma personagem ideal para incentivar a necessidade de posts como esse. O primeiro Parasite Eve é uma obra-prima e a protagonista é de uma excelência notável. Ela é quase um manual de como fazer uma personagem mulher independente com êxito. Eis então que, dado o sucesso de Parasite Eve, eles decidem fazer uma continuação de um jogo que teve um final bem conclusivo. O que levou a uma obra totalmente sem inspiração alguma e contou com a adição de um homem americano genérico para a protagonista se apaixonar. Um ótimo motivo para fazer um post como esse, certo? Eu particularmente recomendo demais que joguem o primeiro jogo e parem por aí!
Precure
Claro, não poderia não citar Precure. A franquia de garotas mágicas super popular é mestra em dar o devido destaque as mulheres. Não cito uma personagem em específico pois não é preciso, mas gosto de lembrar de Hugtto Precure, que em determinado episódio fala sobre a ideia de que "garotas também podem ser heróis". E há um conceito interessante nesse episódio, onde a mensagem passada é que garotas podem ser HERÓIS, não heroínas. Isso porque, no Japão, embora o termo ヒロイン possa ser o feminino de herói, ele é um termo muito comum para especificar as garotas que são o par (geralmente romântico) do protagonista. Hugtto se afasta do termo como um protesto contra os papéis de gênero que são tão forçados goela abaixo de todos nós há tanto tempo. Mas vou além de Hugtto, afinal, desde Futari wa a ideia por trás de Precure sempre foi dar esse destaque para as mulheres, algo dito pelos próprios idealizadores da franquia.
Fecho esse texto reiterando que temos muito o que evoluir ainda como sociedade e a arte tem um papel importantíssimo nisso. Acho impactante uma série tão gigantesca no Japão como Gundam, após tantas décadas, enfim ter lançado um anime na franquia protagonizado por uma mulher. Torço para que seja só o começo, obras como Yu-Gi-Oh!, por exemplo, poderiam ter uma temporada protagonizada por uma mulher sem mudar nada na dinâmica da franquia. Assim como Precure vai, pela primeira vez, ter um garoto no seu cast principal. Eu realmente gostaria de poder ver um jogo, que tenha homem e mulher para você escolher jogar, ser adaptado para anime sem a certeza mais do que absoluta de que vão colocar o homem como protagonista porque é o """normal""", como foi o caso de Fate/Extra.