Top #07 - Protagonistas mulheres em obras de ação/aventura (Parte 2)
E aí, minha gente! Feliz 2023? O blog esteve parado nos últimos meses e eu espero que isso seja passageiro, como foi das outras vezes. Mas, dado a data especial, eu não pude deixar de vir até aqui prestigiar esse momento. O Dia Internacional das Mulheres é um dia simbólico e acredito que um dos pontos dele é de nos lembrar de manter o respeito, a igualdade e a representatividade não só hoje, mas pelo resto do ano também. Como tal, venho dar continuidade a um post que eu fiz há exatos um ano e destacar mais 5 personagens mulheres que protagonizam obras de ação e/ou aventura. Eu recomendo muito que vocês leiam a primeira parte desse post, onde eu me alonguei bastante sobre o tópico e como a sociedade sempre busca ofuscar as mulheres em qualquer papel que não seja exclusivamente o romance. Nessa segunda parte, eu irei direto ao ponto!
Lina Inverse (Slayers)
Gosto um bocado do anime de Slayers, bem divertido! Porém, a novel foi realmente uma experiência à parte e isso impacta até mesmo na imagem que temos da protagonista. Uma obra de fantasia, aventura e ação como Slayers ser protagonizado por uma mulher é raridade até nos dias de hoje, mas isso feito nos anos 90 é ainda mais surpreendente. A personagem em questão é icônica, ela que de mocinha não tem nada, é famosa e temida, poderosa e inteligente, mas acima de tudo, extremamente carismática. Como a novel é narrada em primeira pessoa, que, no caso, é a própria Lina, tudo tem um tom satírico muito bem aplicado. Isso é algo que acaba sendo exclusivo dos livros, já que anime é uma mídia completamente diferente. Mas mesmo dentro das suas diferenças, a Lina é uma personagem memorável em ambos!
Samus Aran (Metroid)
Quando se fala na representatividade feminina na cultura pop, sobretudo nos jogos, não dá para não citar Metroid. Apesar de aplicarem ideias retrogradas dentro do jogo, o primeiro Metroid, de 1986, foi bombástico ao revelar que a sua protagonista era uma mulher. Digo, até então era um jogo onde você controlava um personagem completamente coberto por uma armadura, que só é removida no final do jogo se você terminá-lo em um determinado período de tempo. Infelizmente, dado a mentalidade da época, quanto mais rápido você terminasse o jogo, mais do seu corpo a Samus expunha. Felizmente, esse jogo ganhou um remake infinitamente superior chamado Metroid: Zero Mission e a personagem seguiu para se tornar uma figura feminina icônica no mundo dos jogos!
Julis-Alexia von Riessfeld (Gakusen Toshi Asterisk)
Falar de Asterisk nesse post pode chegar a soar como uma provocação, por mais que não seja. Afinal, tendo em vista a adaptação em anime, muito do que pensam quando se fala da obra é sobre o fanservice e o harém, dois aspectos que são relativamente minúsculos dentro da narrativa da novel. No entanto, a Julis, tal como as outras garotas relevantes da obra, são todas não só bem trabalhadas, mas também quebram um padrão de obras desse nicho que costumam ter suas personagens femininas como plano de fundo. Todas tem um destaque narrativo muito forte e acaba que toda a novel de Asterisk conta sobre uma jornada pessoal da própria Julis, que é a personagem mais importante dessa trama. Vocês raramente verão uma obra assim escantear o protagonista masculino para dar as mulheres um papel de peso, de protagonismo mesmo, na história. E esse é um dos raros casos.
Aya Brea (Parasite Eve)
Aya Brea é, antes de mais nada, uma personagem ideal para estar nesse top e uma personagem ideal para incentivar a necessidade de posts como esse. O primeiro Parasite Eve é uma obra-prima e a protagonista é de uma excelência notável. Ela é quase um manual de como fazer uma personagem mulher independente com êxito. Eis então que, dado o sucesso de Parasite Eve, eles decidem fazer uma continuação de um jogo que teve um final bem conclusivo. O que levou a uma obra totalmente sem inspiração alguma e contou com a adição de um homem americano genérico para a protagonista se apaixonar. Um ótimo motivo para fazer um post como esse, certo? Eu particularmente recomendo demais que joguem o primeiro jogo e parem por aí!
Precure
Claro, não poderia não citar Precure. A franquia de garotas mágicas super popular é mestra em dar o devido destaque as mulheres. Não cito uma personagem em específico pois não é preciso, mas gosto de lembrar de Hugtto Precure, que em determinado episódio fala sobre a ideia de que "garotas também podem ser heróis". E há um conceito interessante nesse episódio, onde a mensagem passada é que garotas podem ser HERÓIS, não heroínas. Isso porque, no Japão, embora o termo ヒロイン possa ser o feminino de herói, ele é um termo muito comum para especificar as garotas que são o par (geralmente romântico) do protagonista. Hugtto se afasta do termo como um protesto contra os papéis de gênero que são tão forçados goela abaixo de todos nós há tanto tempo. Mas vou além de Hugtto, afinal, desde Futari wa a ideia por trás de Precure sempre foi dar esse destaque para as mulheres, algo dito pelos próprios idealizadores da franquia.
Fecho esse texto reiterando que temos muito o que evoluir ainda como sociedade e a arte tem um papel importantíssimo nisso. Acho impactante uma série tão gigantesca no Japão como Gundam, após tantas décadas, enfim ter lançado um anime na franquia protagonizado por uma mulher. Torço para que seja só o começo, obras como Yu-Gi-Oh!, por exemplo, poderiam ter uma temporada protagonizada por uma mulher sem mudar nada na dinâmica da franquia. Assim como Precure vai, pela primeira vez, ter um garoto no seu cast principal. Eu realmente gostaria de poder ver um jogo, que tenha homem e mulher para você escolher jogar, ser adaptado para anime sem a certeza mais do que absoluta de que vão colocar o homem como protagonista porque é o """normal""", como foi o caso de Fate/Extra.
Extreme Hearts #12 (FINAL) - Uma joia escondida, sim!
Extreme Hearts chega ao seu fim da mesma forma que começou: Surpreendendo positivamente, mas deixando a sensação de que tinha o potencial para ser algo a mais. Diferente do primeiro episódio, que sofreu com o ritmo acelerado e a necessidade de apresentar muito do roteiro de uma vez só, esse episódio final foi bem trabalhado, de maneira geral. A sensação vem, no entanto, do potencial de franquia que a obra acaba apresentando, sobretudo para compensar algumas lacunas que acabaram ficando. No entanto, no que tange a nossa protagonista, Hiyori, não há absolutamente nada a reclamar, pois esse final foi a chave de ouro para encerrar o arco da personagem.
O resultado da lesão foi o esperado, lesão muscular sem fratura óssea (Se tivesse fraturado algum osso, provavelmente nem conseguiria continuar jogando, afinal). O espírito esportivo e a camaradagem entre a RISE e a May-Bee é agradável de se ver. Até porque, apesar do grande título, todas ali, incluindo as outras semifinalistas, conseguiram muito destaque na mídia e certamente poderão seguir carreira com alguma tranquilidade se assim desejarem. A primeira parte do episódio é muito voltada a uma união geral de todos os grupos relevantes mostrados no anime, acho natural que não se tenha inimizades visto que o Extreme Hearts não é um torneio de 1 vencedor e vários perdedores. E foi bom terem mostrado o quão no limite a Hiyori foi para buscar o título, ao ponto de apagar pouco depois da partida e levar um bom tempo para se recuperar.
É bem legal ver como as garotas da RISE se aproximaram ainda mais após vencer o torneio, que acaba sendo um resultado inevitável de esportes coletivos, exceto quando algum atleta é ruim de grupo, o que não é o caso aqui. Mas pô, acho que passou da hora da Snow Wolf oficializar esse relacionamento e passar a fazer parte da RISE, hein? Eu particularmente achei uma excelente escolha ter feito a Michelle e a Ashley basicamente se tornarem parte do cast principal após a suas introduções. O mais curioso é que cada garota da RISE é representada por uma cor, sendo que a Michelle e a Ashley claramente são representadas pelas cores branco e preto, as duas pontas do espectro de cores. Na grande apresentação musical da RISE elas estavam presentes também, uma em cada ponta do palco. Cor é um negócio impressionante mesmo, né? Não é à toa que um objeto com led colorido fica muito mais valioso automaticamente.
O ponto crucial do episódio certamente foi a conclusão do arco da Hiyori. A garota do sonho frustrado que ganha a oportunidade de buscar esse sonho através de muita, muita (muita, mesmo!) luta e só consegue chegar lá graças a amigas que estavam dispostas a embarcar nessa busca. Vamos lá, episódio 1, eu lembro de ter comentado sobre a postura da Hiyori em relação ao seu iminente fracasso como cantora. Ela sempre se postava como alguém otimista, que fazia contraponto aos seus monólogos melancólicos e momentos mais contemplativos. Quando estava em uma situação irreversível na primeira rodada do Extreme Hearts, antes da entrada da Saki e da Sumika, ela não se deixou abalar em nenhum momento. Essa foi uma das grandes marcas da personagem, que sempre teve uma casca emocional muito grossa. O que não significa que ela sentia menos cada momento, apenas que transparecia menos. A casca grossa impede elementos externos de atingirem ela, mas impede elementos internos de saírem. E quando esses vão se acumulando ali dentro, uma hora a pressão interna vai fazer essa casca quebrar.
No meio do espetáculo, cantando como a grande campeã do Extreme Hearts e com seu grande sonho sendo realizado, vendo todo seu esforço e sacrifício dando frutos, em um dos momentos em que é mais comum a pessoa se expor emocionalmente, que é cantando, acho que tá claro que é ali o momento em que todas as emoções acumuladas até então acabam transbordando. É o momento que você percebe que ela já estava na beira do penhasco no início, que pessoas estenderam a mão para ela e ela se viu na obrigação de não decepcionar aquelas que proporcionaram a chance dela realizar seu sonho. De ser a veterana que tem que conduzir as outras dentro da carreira musical, mas também ter que compensar sua inexperiência nos esportes para não ser um peso morto para a equipe. São três fardos, psicológico, emocional e físico, que ela vem carregando desde que a Saki e a Sumika entraram na competição.
E mesmo assim, no aperto no jogo contra a Snow Wolf, foi ela que precisou recolocar sua equipe mentalmente no jogo. E foi ela que precisou se sacrificar fisicamente para que pudesse equilibrar a partida contra a May-Bee. A logo da RISE, representada pelas cores de cada uma das personagens do time, tem um simbolismo muito forte que desenha bem esse contexto. O azul, cor que refere a Hiyori, não se sustentaria se não tivesse as outras quatro cores. Mas o todo não existiria se não houvesse o azul para completá-las. O anime, de forma bem inteligente, mostra isso na prática quando, enquanto a Hiyori está aos prantos, as outras quatro tomam a frente do espetáculo para cobri-la, basicamente recriando o formato da logo em si. Até que o palco e a plateia toda é tomada pelo azul, como uma óbvia mensagem de apoio. Inclusive, tem que elogiar a atuação da Ruriko Noguchi, dubladora da Hiyori, pois cantar enquanto chora é o tipo de situação muito difícil de replicar.
O torneio de Kanagawa foi apenas o primeiro passo, há disputas ainda maiores pela frente. Mas nós provavelmente não iremos vê-las, infelizmente. Muita coisa ainda poderia ser explorada e trabalhada na obra, mas se tem uma coisa que esses 12 episódios fizeram com maestria, foi a protagonista. Essa sim, teve uma resolução bem completa. Personagens como a Yukino e a Lise até foram bem trabalhadas também, mas personagens como a Sumika e a Saki deixaram um pouco a desejar, de forma geral. A vantagem de obras de esporte é que, apesar disso, como um time a RISE acaba sendo memorável com a figura de todas elas. Se eventualmente houver algum tipo de continuação para Extreme Hearts, certamente será muito bem-vindo.
Considerações finais: Tsuzuki Masaki continua invicto nos animes que detém autoria. Como bom fã de Nanoha, esperava uma experiência legal de Extreme Hearts, mesmo não sendo muito chegado a animes de idol, mas a experiência foi algo completamente fora do que eu imaginava que seria. Acho que os dois maiores problemas do anime foram o fato de serem 12 episódios e a produção de orçamento bem limitado. Senti que algumas partidas poderiam ser maiores, alguns momentos mais tranquilos poderiam ser mais presentes e algumas personagens poderiam ser melhor trabalhadas se tivesse mais episódios para isso. Dentro dessas duas limitações, o anime se saiu muito melhor do que eu imaginaria. De um lado, a baixa quantidade de episódios foi compensada com um roteiro bem organizado (Exceto o ritmo do episódio 1) e uma escrita que trouxe inúmeros momentos de reflexão que engradeceu muito tanto as personagens quanto o impacto do esporte em si em cada contexto.
Do outro lado, a direção do Junji Nishimura compensou a animação limitada em inúmeros pontos do anime, fazendo com que muitas cenas, principalmente as que aconteciam durante as partidas, não perdessem tanto o impacto devido a falta de uma sequência de animação fluída de peso. Imagens estáticas eram usadas aos montes, mas muitas vezes com cenas muito bem enquadradas e pensadas para uma narrativa visual mais inteligente. O que eu sei é que foi feito tudo que estava ao alcance dos criadores para que Extreme Hearts fosse uma boa experiência. E eles conseguiram. Talvez seja meu anime de esporte favorito, mas que, assim como Nanoha ViVid (Que também é de esporte, só que de artes marciais), talvez caia no esquecimento. Nanoha ViVid ainda tem o mangá, já completo, Extreme Hearts nem isso. Maaas, no que depender de mim, farei questão de sempre lembrar do anime como a boa joia escondida que realmente acabou sendo (Referente ao título da análise do episódio 1). Saraba Da!
Extreme Hearts #11 - Sacrifício e Recompensa
No final da análise que fiz do episódio 10, comentei que acharia forçado a RISE vencer a May-Bee dentro do contexto que tínhamos até então, mas que era melhor esperar para ver o desenrolar do jogo para tirar conclusões. O episódio 11, penúltimo do anime, passa muito pelo entendimento do que é o esporte, sobretudo o esporte coletivo. O início da final foi avassalador, com a May-Bee conseguindo abrir 28 a 0 em uma pressão inicial muito intensa. O fator psicológico tem sido algo que tem protagonizado os jogos desde as semifinais e aqui a RiN novamente externa como o mental é atingido pelo contexto do jogo. Para diferentes margens de diferenças de pontos, existem diferentes mentalidades. Quando o adversário se distancia demais no placar, é natural que o time comece a se sentir desmoralizado. No esporte, principalmente os de equipe, tudo é possível, exceto se você já desistiu do jogo antes dele ter acabado. E é exatamente aí que entra a figura da protagonista, Hiyori Hayama.
Lá atrás, no episódio 2, final de Julho, eu escrevi a análise do episódio e usei o título "Resiliência". Eu vou literalmente ir lá, copiar e colar o que eu comentei naquele texto: "Ela não é particularmente talentosa para os esportes, mas é muito privilegiada fisicamente e, porque não, psicologicamente. Ao longo desse episódio (E provavelmente do anime todo?), é notável que a principal característica da Hiyori é a sua resiliência." Esse comentário envelheceu como vinho, pois no fim das contas, todo esse episódio é simplesmente a síntese do personagem da Hiyori e do quão longe ela chegou. Vejam, literalmente todas as outras partidas do Extreme Hearts foram vencidas graças ao talento das outras quatro personagens principais e não poderia ser diferente, Saki, Sumika, Yukino e Lise são atletas de alto nível. A liderança da Hiyori foi sim fundamental para ganharem da Snow Wolf na semifinal, mas isso porque a Hiyori precisava do talento das amigas para chegar na final. Mas e quando o time adversário é mais talentoso, capaz e experiente que o seu?
Ideias podem parecer boas ou ruins no papel, mas só a execução provará o quão funcional elas são. A lesão da Hiyori ocorre após ela ir além do limite para quebrar o ímpeto da May-Bee e conseguir fazer a RISE pontuar pela primeira vez. Saber disso muda muita coisa, principalmente porque é o que dita todo o resto do jogo. Privilegiada fisicamente e psicologicamente. Resiliência. O caminho para vencer um time melhor é, sem duvidas, ter a figura da improbabilidade ao seu lado. Admito que não entendo muito de basquete, só de tênis e futebol, mas mesmo sendo leigo você consegue entender a relevância da Hiyori no jogo. Sendo fisicamente superior a qualquer um e sendo uma jogadora de explosão, ela tá em todas as bolas e atua quase como que uma defesa impenetrável. Se o adversário não consegue pontuar, fica muito mais fácil de você conseguir a vitória. É histórico, no futebol, jogos entre times mais modestos contra times de alto escalão onde o goleiro do time mais fraco defende todas e isso acaba permitindo seu time ter uma vitória improvável. Faz parte da beleza do esporte, então mesmo sendo roteirizado para que a RISE vencesse, é tudo muito convincente dentro da lógica do que é o esporte.
RISE vs May-Bee foi realmente um duelo digno de uma final. Até a metade do episódio, mais ou menos, eu até tinha dúvidas de quem realmente seria campeã, mas depois ficou bem óbvio qual caminho o roteiro iria seguir. O que não tira os méritos do confronto, da tensão de ver a Hiyori jogar no sacrifício, de ver como o time conseguiu evitar de perder a pequena diferença no placar enquanto a Hiyori fazia um tratamento provisório. A volta da heroína da partida que dava a alma no jogo enquanto tentava ignorar a dor (Mal sabe ela o estrago que virá quando baixar a adrenalina), os duelos individuais impactantes, até o finalzinho extremamente previsível e desnecessariamente longo para um resultado tão óbvio acaba não deixando um gosto tão amargo na boca porque foi realmente uma grande partida. A RISE é um grande time, que se sobressai na força de vontade e na competitividade. Tem quatro grandes talentos e uma líder absolutamente imparável. Mesmo não sendo melhores que a May-Bee, acho que o grande mérito do anime acaba sendo nos convencer de que foi sim uma vitória merecida.
A animação estava mais ou menos do mesmo nível de sempre, ou melhor dizendo, até um pouco acima da média, que já é uma média bem baixa. É claramente um projeto de baixo orçamento, mas isso não os impede de tentarem. E o diretor Junji Nishimura, junto da direção de arte, fotografia e o storyboard, conseguiram entregar um excelente episódio. Digo, não tem absolutamente nada demais na animação do episódio mais importante do anime, mas o que me encantou foi o quanto esse episódio agrega na narrativa visual. Lógico que eu preferiria ver algo do nível de um Haikyuu ou Kuroko no Basket, mas o episódio conseguiu engrandecer muito o confronto, a dor da Hiyori, a força de vontade dela se sobressaindo em relação a lesão, a incredulidade das atletas da May-Bee vendo a reação da RISE no jogo. São os detalhes, amigos. A comemoração mais acintosa das meninas após conseguirem uma cesta ou um tiro direto, o tanto de suor que elas produziram simbolizando o quão no limite elas estavam indo, as mudanças de câmera mostrando as expressões faciais dos dois times, um animado com o momento do jogo e o outro conflitado sobre o que fazer. É um episódio que diz muito visualmente, mesmo a animação sendo meia boca.
A essa altura, o episódio 12 servirá mais como um epilogo, tendo a "final musical" também. Esse episódio 11 foi o grande clímax e é uma conclusão muito forte dessa jornada, que, claro, vou deixar para comentar mais à fundo nas considerações finais do anime. Em todo caso, foi um episódio incrível. Vai ser triste dar adeus à Extreme Hearts, ainda mais considerando que provavelmente não terá continuação nem nada extra que transforme a obra em uma franquia. Não sei nem se é cabível, visto que esse episódio foi, basicamente, o grande resultado por trás do desenvolvimento e caracterização da Hiyori. Enfim, agora é assistir ao episódio final e parar para refletir sobre o que foi o todo de Extreme Hearts. Saraba Da!
Tokyo Mew Mew New #12 (FINAL) - Nota Mew!
Tokyo Mew Mew New #11 - Firmewza de Ideais
Estamos a um passo do final de Tokyo Mew Mew New e o anime já virou a chave para esse tipo de ritmo narrativo. O episódio 11 entra muito no tópico de escolhas, ou melhor dizendo, no quão firme são suas decisões e os caminhos que você toma na vida. Isso é algo especialmente notável em três frentes presentes no episódio, a começar pela história dos alienígenas. Enfim entendemos as origens dos vilões e as motivações por trás das suas ações. Ainda que eles sejam de um mundo que encontrou o seu fim, por meio de um apocalipse ambiental, e tiveram que viver no subsolo em condições extremamente precárias, o papel de vilão deles permanece intacto, uma vez que eles recorrerem a atacar a Terra para se salvar. É como diz aquela velha frase: Os fins não justificam os meios.
Ainda assim, existe o ideal e o caminho que eles escolheram, de forma irredutível. O mesmo não se pode dizer sobre a Mint, que se dividia entre sua nova vida como uma Mew Mew e o futuro estudando no exterior. É uma personagem que encontrou o que buscava em toda essa trama de ser herói, mas que também é algo que ela sabe que não pode ser o "final". Uma hora isso vai acabar, mas a vida continuará. Abdicar de um estilo de vida que você sempre quis viver e só conseguiu recentemente, junto de amizades queridas e um lugar de conforto em busca do sucesso profissional é uma escolha pesada. A dúvida é compreensível, mas também é uma questão de mentalidade você saber exatamente o que quer e para onde vai.
A Mint já tinha esse problema desde sempre, nada mais é que um reflexo da forma como ela foi criada, de uma criança que "não tinha o direito" de ter escolhas próprias, uma vez que sua família costumava decidir por ela. De certa forma, ironicamente, cabe a analogia do passarinho que foi criado em cativeiro e subitamente foi solto. Ela ainda passa por um processo de adaptação onde precisa aprender a cuidar de si mesma. E é complicado, porém, boas amizades caem como uma luva nesses casos. Assim como quando ela precisava deter o Mickey possuído e foi pega pela indecisão, um empurrãozinho acaba sendo o incentivo necessário para colocá-la na rota correta. E aqui não foi diferente, graças as breves palavras da Zakuro, sua maior fonte de inspiração.
As Mew Mew resistiram bem a um ataque massivo dos alienígenas enquanto ainda protegiam os pedestres, mesmo sem o apoio da Ichigo. A líder das Mew Mew ainda precisou passar por mais algumas aventuras felinas antes de conseguir voltar ao normal, descobrindo que possivelmente pode se transformar e destransformar em gato através do beijo graças ao auxílio de um gato misterioso que tem a voz do Ryou e que convenientemente apareceu no mesmo lugar que ele haha. Mas vá lá, palpitei que a transformação passava pelo estado emocional na análise anterior e o anime me provou que eu estava errado, então quem sabe, né? Só acho que para a Ichigo namorar agora vai ser um tanto quanto complicado.
O último pilar do tema desse episódio vem justamente da Ichigo, que agora é a mais decidida de todas e vimos muito do porquê disso nos episódios anteriores. A vida estudantil dela é algo pelo qual ela nutre um afeto imenso, mas ela aprendeu, através de uma responsabilidade que ela não pediu, a amar todas as formas de vida. Como tal, ela se torna o polar oposto dos alienígenas e assume oficialmente a posição de defensora do planeta. São ideais tão firmes e brilhantes carregados pela heroína que, ao chegar no campo de batalha, ela surge quase como uma renovação de espírito para as companheiras. Agora é hora do embate final, contra o casulo ou o que emergir dali e torcer para que já tenhamos logo uma segunda temporada anunciada, pois a trama está longe de chegar ao fim. Saraba Da!