• Posted by : Testarossa domingo, 5 de julho de 2020

    Capítulo 7 - Antes da Competição Começar


    Parte 1

    De manhã cedo, eu cheguei em um certo país. Era um país que eu encontrei por um acaso, enquanto voava na vassoura, então eu não tinha a menor ideia sobre que tipo de país era.

    Era desnecessário para uma vila tão pequena que não tinha nem portão, mas normalmente quando você entra em um país que tem posse da terra, quase sempre há uma inspeção feita pelos guardas do portão.

    Dito isso, exceto em casos especiais, eles apenas perguntam questões gerais básicas.

    "Quem é você?"

    "Elaina."

    "País de origem?"

    "É conhecido como o pacífico país de Robetta."

    "Razões para entrar?"

    "Turismo."

    "Duração da estadia?"

    "Provavelmente em torno de três dias."

    Normalmente, as questões acabariam aí, se fosse um país que exigisse pedágio, você pagaria o dinheiro e o guarda do portão saíria do caminho dizendo "Nesse caso, por favor, fique à vontade."

    "Para o café da manhã, você está na facção do pão? Ou na facção do arroz?"

    Parecia que o questionamento ainda estava em progresso. E era uma questão bem vaga.

    "...Oi?" Eu franzi a testa e peguntei novamente.

    O guarda do portão respondeu sem mudar sua expressão nem um pouco, "De novo, para o café da manhã, você está na facção do pão? Ou na facção do arroz? É uma informação necessária quando se entra no país, então por favor, responda honestamente."

    Existem competições de comida acontecendo nesse país?

    Mas, se é uma necessidade, responderei honestamente. Embora eu ache que é uma pergunta um pouco imprópria para os procedimentos formais padrões.

    "Eu não estou em nenhuma das facções. Eu sou uma viajante, logo, eu mudo a facção para estar de acordo com a cultura do país."

    Eu não consigo comer nada além de pão! -- Você não pode falar isso em um país com uma cultura voltada para o arroz, certo? O mesmo vale para o inverso. Então, eu decidi manter uma postura neutra.

    "Entendo... Isso é incomum," O guarda do portão alisou o queixo e disse.

    "Hmm, entendido. Então, vamos colocar em ambas as facções como sua decisão."

    Após isso, o guarda do portão saiu do caminho e disse:

    "Fique à vontade, Bruxa-sama."

    Eu me curvei para o guarda e passei pelo portão.


    Parte 2

    Eu imediatamente entendi a razão daquela pergunta estranha.

    Pelo que parece esse era um país onde duas culturas estavam misturadas.

    Havia um canal gigante perto do portão de entrada. E aos lados desse canal, haviam casas orientais alinhadas no lado esquerdo do canal e ocidentais alinhadas no lado direito.

    Mais ainda, havia duas ruas diante do portão. Na direita, "Distrito Oriental: Pessoas da facção do arroz, por aqui!" e no lado oposto, "Distrito Ocidental: Pessoas da facção do pão, por aqui!" estava escrito.

    Parece que o país está dividido entre as facções do arroz e do pão internamente.

    "...Hmm."

    Eu hesitei. Eu realmente não tenho preferências.

    Mas, pensando sobre isso, não seria essa a primeira vez caminhando em uma paisagem urbana oriental? É sempre no estilo ocidental.

    Então, eu decidi.

    Eu me virei para a direita.

    A rua ali era composta de pedras retangulares bem organizadas. Olhando de perto, havia casas de madeira formais alinhadas em uma fileira. O Palácio Real era visível mais à frente. Parecia estar bem no centro do canal, então eu presumi que era o centro do país dividido.

    A rua levando ao Palácio Real tinha uma ponte construída mais ou menos no meio do caminho. A ponte nova parecia deslocada comparada com a paisagem urbana histórica. Abaixo do arco da ponte, era possível ver o reflexo de um pequeno barco passando por ali.

    "...?"

    Eu acabei ficando confusa graças a estranha aparência da pessoa em cima da ponte.

    Era um garoto comendo café da manhã enquanto sentado no corrimão. Era óbvio que ele era uma pessoa do distrito oriental pelo fato dele estar vestindo um quimono, mas não importa como você olhava para aquilo, o que ele tinha na boca era pão. Uma pessoa da facção do arroz estava comendo pão.

    Próximo a ele, estava a figura de uma mulher que estava esfomeadamente estufando suas bochechas com um onigiri. Parecia que ela era da facção do arroz. Apesar de vestir um vestido.

    Eu fiquei curiosa. De alguma forma, era uma visão bem incomum.

    "Um, com licença."

    Eu chamei os dois.

    Os dois trocaram olhares, então o garoto me respondeu "Tem algo de errado?" Pão nas suas mãos. Mas vestindo um quimono. Como esperado, é estranho.

    Eu perguntei após me apresentar brevemente, "Que tipo de país esse?"

    "Que tipo de país, você pergunta...hmm." após cruzar os braços, ele perguntou para a mulher ao seu lado, "Ei, que tipo de país é esse?"

    "É um país amável, não?"

    "É, realmente. É um país amável. Sim, Viajante-san, é um país amável."

    O que eu quero saber não é isso, mas sim...

    "A paisagem urbana é amável, mas você é amável também."

    "Ah, para, você é ainda mais amável."

    "Ufufu."

    "Ahaha."

    ...

    Parece que eu sou só um incômodo aqui. Melhor eu sair de uma vez.

    Sim, eu senti que não conseguiria nenhuma informação útil deles, não é como se eu quisesse terminar isso rapidamente ou coisa do tipo, sabe? Não, sério.

    De qualquer forma, eu rapidamente os agradeci e saí.

    Eu caminhei pelos distritos leste e oeste, enquanto falava com as pessoas para obter as informações que eu procurava.

    No entanto, quanto mais em caminhava por aí, mais estranha eu me sentia. Eu não percebi mais cedo de manhã já que havia poucas pessoas nas ruas, mas uma vez que o número de pessoas subiu próximo ao meio-dia, começou a ficar difícil diferenciar os dois distritos, já que as pessoas se misturavam livremente entre leste e oeste usando a ponte.

    O que era mais estranho, era que os feirantes cuja as barracas tinham letreiros dizendo "Nós não vendemos para pessoas da facção do arroz", apesar disso, estavam passando as mercadorias para pessoas vestidas em quimonos.

    Não era só as barracas. Parecia ter algum regulamento oficial em rigor, já que todas as lojas, independente se eram lojas de utensílios ou sacolões, tinham tabuletas dizendo que clientes do lado oposto não seriam servidos.

    Mas não havia uma única pessoa se importando com isso. Era como se as tabuletas fossem insignificantes.

    Após eu voltar do lado ocidental para o lado oriental, eu passei debaixo do letreiro da vendedora de bolinhos de massa.

    "Bem-vinda. O que você gostaria de comer?"

    Enquanto sentei na cadeira, a Onee-san vestindo roupas japonesas se inclinou na minha frente. De cara para o letreiro de "Nós não vendemos para as pessoas da facção do pão" que estava lá fora,

    "Eu estou na facção do pão."

    Eu disse.

    "Que tipo de piada é essa?"

    Após cobrir sua boca com uma mão, a Onee-san começou a soltar risadinhas. Era um gesto refinado.

    "O que você quer dizer com piada?"

    Me encarando com olhos afiados, a Onee-san disse, "Não tem ninguém que se importe com esses decorativos, tem?"

    Certamente, se você olhar a situação nas ruas, eu posso dizer com certeza que não há ninguém que ligue para os letreiros. Mas se é esse o caso, então qual é o propósito dos letreiros?

    "Então, o que você vai pedir?"

    "Ah, três mitarashi dango, por favor."

    "É para já!"


    Parte 3

    Ainda me sentindo inquieta, eu cacei uma pousada no lado Ocidental da cidade.

    Existem alojamentos no lado Oriental também, mas eu não posso ficar do lado de lá. Não consigo dormir a não ser que eu esteja em uma cama decente. Ou talvez eu só tenha mais dificuldade em me adaptar a quartos de estilo Oriental. Certamente não sou a maior fã de andar descalça em tapetes de palha.

    Eu andei para lá e para cá pela cidade, então entrei na pousada que parecia mais barata. Ela tinha uma letreiro frontal que dizia 'Nós recusamos hospedar membros da facção do arroz.'

    Bem, vamos apenas ignorar isso.

    "Noite." Quando eu entrei, o estalajadeiro aparentemente indiferente estava descansando seu queixo nas suas mãos acima do balcão.

    "Quarto para uma noite, por favor," eu disse, pegando uma moeda de prata.

    "Agradecido. Vá em frente e preencha o formulário."

    "Claro."

    Já estava acostumada com esses formulários. Eu terminei de preenchê-lo com uma série de rápidos golpes de caneta. Enquanto eu entregava o formulário preenchido para o estalajadeiro, eu o perguntei, "Se não se importar, poderia me contar um pouco sobre esse lugar?"

    "... Nunca te vi por aqui antes, senhorita. Viajante, você?"

    "Sim. E essas terras são tão estranhas que eu mal consigo processar direito o que vejo."

    O estalajadeiro ficou quieto por um momento, então disse, "Quê cê quer saber?"

    Oh, ele sacou. Como o esperado de uma pessoa que constantemente faz negócios com viajantes.

    "Certo, me diga o motivo para a Cidade do Ocidente e a Cidade do Oriente serem tão diferentes uma da outra."

    O estalajadeiro finalmente me deu as informações que eu tanto cravava.

    "Antigamente, essa terra era composta por dois países vizinhos separados pelo canal. O país do lado oriental herdou uma cultura Oriental, enquanto que o país do lado ocidental herdou a Ocidental. Cada país tinha seu próprio rei. Os dois reis se davam bem, e havia uma ótima relação entre os países---Bem, não era tão diferente em comparação aos dias de hoje."

    "Mm-hmm." Bem simples.

    "Um dia, os dois reis começaram a trocar ideia. Eles disseram, "Por que não transformamos os dois países em um só?" Ninguém tinha nada contra isso já que ambos o Ocidente e o Oriente queriam a mesma coisa. Na real, parecia até que essa decisão havia demorado para acontecer."

    "Foi aí que as pontes entre as duas cidades foram construídas?"

    O estalajadeiro balançou a cabeça. "Pois é. Os reis construíram elas para comemorar a junção."

    "Entendo." Deve ser por isso que elas são tão novas e destoantes.

    "Um pouco depois, os dois reis ambos tiveram seus filhos. O rei do lado Ocidental teve uma filha, e o rei do lado Oriental teve um filho. As crianças se davam bem igual seus pais, e eventualmente se casaram. Eles imediatamente construíram um palácio no canal---exatamente no meio do país unido---e começaram a viver lá. Agora os dois se tornaram um símbolo do nosso país. E isso é tudo que eu sei," o estalajadeiro disse, colocando a chave para o meu quarto no balcão.

    Eu a peguei e disse, "Muito obrigada. A propósito, senhor, posso te perguntar mais uma coisa?"

    "O que é?"

    Eu o contei sobre a estranha pergunta que me foi feita quando eu entrei no país, e sobre as tabuletas estranhas no portão e na frente das lojas, também sobre o casal que eu encontrei na ponte. "A princípio, pensei que o país estivesse dividido internamente, mas olhando ao meu redor, me parece que as pessoas não dão a mínima para as tabuletas. Eles cruzam as pontes e se misturam sem problemas. Então qual é o propósito de ter essas tabuletas, no fim das contas?"

    O estalajadeiro ouviu em silêncio enquanto eu falava e balançou a cabeça quando eu terminei. "Mm. As tabuletas são um preparativo para a grande disputa."

    Ele falou com tanta tranquilidade que eu me perguntei se eu havia ouvido errado. "Grande disputa? O que céus isso deveria significar?"

    "Ouvi dizer que querem unificar o país sob ou a cultura Ocidental, ou a Oriental. Bem, é por isso que os guardas do portão estão perguntando coisas estranhas de qualquer forma, tal como é a razão para as tabuletas."

    Talvez após o país ter sido fusionado sob os bons presságios dos reis da geração anterior, há agora um movimento para dividi-los novamente. 

    Mas por quê?

    "Aqueles dois não sabem o significado da palavra acordo," o estalajadeiro disse com uma risada.

    Por sinal, ele me cobrou uma "taxa de informação" após o fato.


    Parte 4

    Após passar vários dias aqui, eu comecei a me preparar para partir novamente. Essa mistura de culturas Ocidentais e Orientais era até bem fascinante, é claro, mas se me permite ser sincera, era a única coisa que tinha de interessante.

    Sentia que já havia visto o suficiente.

    Terminantemente, eu estava indo embora sem entender uma parte essencial desse lugar, mas fazer o quê...né? Não me importava o suficiente para realmente buscar à fundo por respostas. Embora eu estaria disposta a escutar caso alguém se prestasse a explicar o porque das tabuletas estarem postas.

    Bom, não tem problema. Tentando convencer a mim mesma de que eu não ligava, eu atravessei o portão---

    "Ah, espere um minuto por favor, senhorita Bruxa."

    ---E fui parada. O guarda estendia sua lança na sua frente, bloqueando meu caminho.

    "... Um, o que foi?" Tenho certeza de que eu parecia bem confusa.

    "Se for possível, você não nos daria um pouco mais do seu tempo?"

    "...? Por que eu faria isso?"

    Dependendo do tempo, da situação e do motivo, eu não era contra ouvir o que ele tinha a dizer. Se for algo bobo, eu irei dizer não e sair, entretanto.

    "Você foi convocada pelo lorde e pela dama."

    ".......Quê?"

    Pelo visto o motivo não era algo bobo, no fim das contas.


    Nós prosseguimos por todo o caminho até o canal, onde me mostraram o castelo que observava ambas as culturas. Eles me encaminharam através do estonteante interior da fortaleza, uma mistura de estilos Orientais e Ocidentais, e finalmente nós chegamos até um gigantesco salão de recepção.

    O salão parecia como se um quarto de estilo Ocidental e um quarto de estilo Oriental tivessem sido cortados ao meio, e a metade de cada um deles tivesse sido coladas uma na outra.

    Isso não combina nem um pouco...

    Eu ouvi alguém fechando a porta atrás de mim enquanto andava pelo local, e eu podia ver dois tronos um pouco mais adiante. O homem e a mulher sentados lá pareciam estar no meio de uma discussão. Eles não pareciam notar minha presença.

    "Estou lhe dizendo, a disputa tem que ser uma partida de shogi! Não há alternativa melhor!"

    "Só diz isso porque você é melhor no shogi! Quantas vezes eu tenho que dizer que nós temos que jogar xadrez!"

    "E quantas vezes eu tenho que te dizer, você é melhor no xadrez!"

    "Grrr..."

    "Rrrr..."

    A atmosfera volátil dava a sensação de que uma erupção de violência poderia ocorrer a qualquer minuto ao que os dois se encaravam dos seus respectivos tronos.

    Eu limpei a minha garganta para deixá-los saber que eu estava ali. Não era a coisa mais educada a se fazer na presença da realeza, mas isso foi efetivo em fazê-los notarem minha presença.

    "Huh? Você deve ser..."

    "A viajante, não é? Ora, ora..."

    Eu me curvei. "Me foi contado que Vossas Altezas tinham algo a tratar comigo, então eu vim assim que fui chamada. Como posso ser de útil?"

    "Mm. A verdade é---"

    O rei abriu a boca para falar, mas a rainha o interrompeu.

    "Eu vou contar para a bruxa, então você pode parar por aí."

    "Como é---? Eu vou explicar..."

    "Não, eu vou."

    Alguém poderia simplesmente se apressar e me dizer logo o que está acontecendo? Não me importo com quem seja... Olá...?

    Eventualmente, após argumentarem em círculos, o rei tomou as rédeas e me contou tudo.

    "O fato é: Essa terra está nas vésperas de uma guerra. Como pode ver, essa mulher e eu não nos damos bem. Nós concordamos em resolver as coisas com uma competição, mas agora nós não conseguimos decidir o que essa competição deveria ser. Ouvi dizer que você é neutra, não associada com nenhuma das duas facções, então nós queremos que você decida como devemos proceder."

    "... Vocês não conseguem decidir qual será a competição?" Não, antes disso... "Primeiro de tudo, poderia me dizer porque vocês querem fazer essa competição, para começar?"

    O rei levantou sua voz, "Porque ela insultou as pessoas do lado Ocidental! Ela disse, 'Pessoas que não comem arroz no café da manhã não são humanas'!"

    Imediatamente, a rainha interrompeu ele com uma objeção. "Não, foi porque você disse, 'Pessoas que não comem pão no café da manhã são inferiores a cachorros'!"

    "Ok, chega. Fiquem quietos vocês dois por um momento, por favor."

    "....." "....."

    Isso estava ficando exasperante, então eu calei ele e tomei controle da situação eu mesma. Eu retomei o diálogo com o rei.

    "Sua Alteza, quando entrei nesse país, a primeira coisa que eu vi foi uma estranha tabuleta. Era um letreiro desconcertante, cujo propósito era dividir a facção do arroz e a facção do pão, mas conte-me---exatamente para qual propósito isso serve?"

    "Facilita para ver em qual lado há mais pessoas."

    "Nós colocamos eles lá para descobrirmos qual deles era o mais influente."

    Por que a rainha está respondendo também...? Bem, tanto faz. Chamar a atenção dela sobre isso seria trabalhoso demais.

    "E qual foi o resultado?" Eu perguntei.

    O rei respondeu, "Tem mais pessoas do lado Ocidental."

    "Tem mais pessoas de influência no lado Oriental," a rainha adicionou.

    "É por isso que eu disse que nós devíamos decidir baseado no maior número de pessoas."

    "Não. Nós deveríamos decidir o vencedor baseado no poder financeiro. Obviamente."

    "Você não entende nada, nunca entendeu."

    "Posso dizer o mesmo de ti."

    "....."

    "....."

    Enquanto os dois encaravam um ao outro novamente, eu subitamente lembrei de algo. Sobre o que eles estavam gritando assim que eu entrei no salão de recepção? Era xadrez e shogi, não era?

    Se o argumento é sobre decidir através de uma regra de maioria ou através de poder financeiro, então por que eles estavam falando sobre jogos de tabuleiro?

    Sem sequer esperar pela minha resposta, os dois obstinadamente retomaram sua discussão. "Então nós não podemos decidir, afinal. Nesse caso, eu quero escolher o método para determinar o método para determinar o método para determinar o método para determinar o método para determinar o método para determinar o método para determinar o método para determinar o método de realizar a partida com um jogo de xadrez."

    "Não. Shogi."

    "....."

    "Você não entende. Se nós jogarmos shogi, você terá a vantagem por ser melhor nisso!"

    "Você não entende, você sempre ganha no xadrez!"

    "...."

    Sinto como se eu tivesse acabado de dar uma espiada por trás das cortinas. Só para ter certeza, eu perguntei para o rei e para a rainha, "A propósito, quando essa discussão começou?"

    Ambos se viraram para mim e responderam simultaneamente, "Dois anos atrás."

    "Ah, entendo. Pois bem, acho que vocês deveriam desistir, porque vocês nunca irão resolver isso," eu disse, e deixei o palácio. Os dois continuaram gritando e não fizeram nenhuma tentativa de me impedir.


    Parte 5

    Agora eu entendi o motivo dos moradores de ambas as cidades ignorarem completamente as tabuletas. Já fazem dois anos desde que o rei e a rainha disseram que iriam realizar uma competição e unificar o país sob uma cultura ou a outra. O tempo passou sem nada realmente acontecer, e provavelmente nenhum dos cidadãos se importava sobre um monte de tabuleta colocadas lá em prol de uma desavença.

    Os letreiros já se tornaram nada mais do que meras decorações.

    Olhando por outro ângulo, era um sinal de que a autoridade da coroa havia se tornado obsoleta. Atualmente, ninguém em todo esse país dava a mínima para o que a realeza dizia.

    "Ah, senhorita Bruxa. O que achou do nosso país?"

    O guarda veio me cumprimentar quando eu voltei do palácio para o portão. Eu passei por ele, e só me virei quando havia colocado meus pés no mundo exterior.

    Olhando para a curiosa colisão de culturas, eu disse, "É um bom e pacífico lugar." Embora eu não possa prever o futuro dele.

    Talvez o rei e a rainha irão perceber que eles estiveram perdendo o tempo deles e irão voltar a atenção deles em governar. Talvez eles irão continuar estendendo isso, e todo o lugar irá ficar mais e mais estranho. Ou talvez tudo irá continuar como está.

    Independente do que acabar acontecendo, não é da minha conta.

    "Sim, sim, é um lugar bacana, não é?"

    O guarda do portão concordou com satisfação.

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